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Autor de atentado contra Ana Hickmann planejou o crime, aponta investigação

A Polícia Civil concluiu o inquérito nesta sexta-feira e pediu o arquivamento do caso. Rodrigo Augusto de Pádua, de 30 anos, acabou morto no dia do atentado

João Henrique do Vale/Estado de Minas, Junia Oliveira/Estado de Minas
postado em 17/06/2016 19:21

O delegado Rodrigo Grossi, responsável pelo caso, apresentou o resultado do inquérito nesta sexta-feira (foto: )

Os laudos periciais realizados no celular de Rodrigo Augusto de Pádua, de 30 anos, autor do atentado contra a apresentadora de televisão Ana Hickmann, em 21 de maio dentro do Hotel Caesar Business, no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, mostram que ele planejou o crime. O homem, que acabou morto durante uma briga com o cunhado da artista, chegou a pesquisar na Internet qual munição era mais lesiva. Além disso, um bilhete encontrado na casa dele mostra que escolheu três locais para atacar a vítima. O delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, afirmou, nesta sexta-feira, que pediu o arquivamento do crime, pois ficou comprovado a legítima defesa. Agora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Justiça vão analisar o inquérito.

As investigações mostraram que Rodrigo, fanático por Ana Hickmann e morador de Juiz de Fora, na Zona da Mata, se hospedou no hotel em que a modelo ficaria para participar de um evento de moda na capital mineira. Ele rendeu o cunhado de Ana e o obrigou a entrar no quarto da apresentadora, onde a ameaçou de morte e deu dois tiros em direção à cabeça dela. Porém, os disparos atingiram a assessora da apresentadora, Giovana de Oliveira, que só teve alta do hospital em 2 de junho.

Gustavo, então, reagiu à ação de Rodrigo e tentou desarmá-lo. Na luta, Gustavo conseguiu se apossar da arma do agressor e disparou três vezes contra ele, que morreu dentro do quarto do hotel. Antes dos disparos, Rodrigo pediu que os três se sentassem na cama de costas para ele e fez várias ofensas e ameaças à modelo.

As investigações mostram que o crime foi premeditado. Análise feitas no celular de Gustavo mostram que ele pesquisou na Internet qual tipo de munição usar. ;Ele teve cautela de escolher a munição SLT %2b que tem maior carga compulsória. Além disso, comprou um projétil que se espande pelo corpo, quando é atingido, e provoca mais lesão;, explicou o delegado Flávio Grossi. Em uma das pesquisas, Rodrigo fez a pergunta: ;Calibre 22 mata ou não?;. As investigações apontam que a arma foi comprada, possivelmente, no dia 18 de maio.

[SAIBAMAIS] Um bilhete encontrado na casa dele também comprova o planejamento. O documento mostra que tinha outros planos caso não conseguisse fazer o ataque no hotel. ;Tinha outros locais no papel, o showrun e o aeroporto. Ele, inclusive, chegou a conversar com a responsável pelo showrun e com um CNPJ tentou se inscrever. Mas, a mulher negou e disse que não seria possível;, afirma Flávio Grossi. Rodrigo pesquisou se no hotel tinha detectores de metal. ;Falar que queira matá-la é ousado, mas o modo de ação e pesquisas das armas leva a crer que sim;, comentou Grossi.

No celular, foram encontradas milhares de fotos, sendo que a maioria da apresentadora Ana Hickmann, e algumas montagens com declarações de amor e de cunho sexual.

As investigações apontaram que Gustavo agiu em legítima defesa ao matar Rodrigo. Segundo o delegado, isso ficou comprovado em uma sequência de fatos. Os dois trocaram agressões depois que Rodrigo atirou e atingiu a assessora da apresentadora. Eles brigaram por aproximadamente 10 minutos. ;Era para ver quem iria pegar a arma e quem iria viver;, explicou Grossi.

De acordo com o delegado, a luta pode ser separada em dois momentos. A primeira, que pode ser chamada na vertical, é quando Gustavo tenta segurar a arma. Na briga, ele dar uma rasteira em Rodrigo e os dois caem. A partir daí começa o segundo momento. No chão, mais quatro tiros são disparados. As investigações comprovaram que o agressor foi atingido por três disparos em um intervalo de três segundos. ;O outro tiro atingiu o teto. Gustavo ficou até com a marca de queimadura do tambor nas mãos;, disse o delegado. As investigações concluíram que Rodrigo não consumiu bebidas alcoólicas e nem drogas no dia do crime.

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