A 46 dias da abertura da Olímpiada Rio 2016, o principal símbolo dos jogos chegou a Manaus nesse domingo (19/6), por volta de 8h45, depois de passar pelo estado de Roraima. Crianças carregando balões brancos fizeram um corredor em frente ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes para receber a tocha.
A secretária Bianca Carvalho estava desde as 6h30 no local, junto com a família, para acompanhar os primeiros momentos do símbolo em solo manauara. ;É um momento histórico que nosso país e nossa cidade estão vivendo. Então, eu quis prestigiar esse momento único;, disse.
Morando há seis meses na capital amazonense, a venezuelana Lévy Rojas ficou emocionada por ver de perto a tocha. ;Um momento de alegria, de felicidade, é uma coisa muito grande pra gente. Ainda mais que sou estrangeira. Estamos aqui para acompanhar esse evento tão grande em nossa vida porque é uma coisa que não temos na Venezuela, por enquanto;, afirmou.
O prefeito de Manaus, Arthur Vírgílio Neto, acompanhou a chegada da chama olímpica e falou sobre a expectativa da realização dos jogos do torneio olímpico de futebol na cidade. ;Manaus vai ser a melhor sede da Olimpíada como foi na Copa do Mundo. Vamos mostrar de novo a civilidade, a organização e a decência do nosso povo;, disse o prefeito.
A tocha olímpica foi acesa na Avenida Santos Dumont, em frente ao aeroporto. O primeiro condutor do símbolo dos jogos no revezamento em solo manauara foi o sargento da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar Laércio Estumano, que representou a Força Nacional de Segurança. Ele percorreu os primeiros 200 metros de bicicleta, como forma de incentivo ao transporte alternativo.
[SAIBAMAIS]Em uma rota de aproximadamente 39 quilômetros, com cerca de 170 condutores, a tocha passou pelas principais zonas da cidade, para que a população pudesse conhecê-la, e por pontos turísticos e históricos, entre eles o Teatro Amazonas e a Arena da Amazônia, que será palco de seis partidas do torneio olímpico em agosto. No estádio, ela foi recebida por paraquedistas, uma orquestra e um grupo de escoteiros. Uma multidão também acompanhou a passagem pelo local da arquibancada, além do governador do Amazonas, José Melo.
;Aqui isso tem uma representatividade muito forte porque uma olimpíada é exemplo de superação. O atleta se supera para poder vencer. Acho que esse é um bom exemplo que o Brasil precisa. E a tocha olímpica é o reacender das energias para que a gente possa superar. A olimpíada vem para o Brasil numa boa hora e o Amazonas, se Deus quiser, dará mais uma vez o bom exemplo que deu recentemente, de ter sido umas das melhores sedes da Copa e agora, com certeza, dos Jogos Olímpicos;, disse o governador.
O anfiteatro da praia da Ponta Negra foi o último destino do símbolo na noite desse domingo. Uma grande festa chamada de ;Celebração da Cidade; foi feita no local, com shows de vários artistas. O lutador amazonense de MMA e jiu-jitsu, Ronaldo Souza, mais conhecido como Jacaré, foi o penúltimo a levar a tocha. ;É uma emoção. Eu tô até nervoso. Quando vou lutar, fico menos nervoso;, contou Jacaré.
O lutador passou o símbolo para a última condutora, a mesatenista Lígia da Silva, também natural do Amazonas, por volta de 20h45. Emocionada, ela acendeu a pira olímpica no palco da festa. ;Eu só quero agradecer muito, de coração. Foi aqui que eu comecei minha trajetória, foi aqui que eu fui para três olímpiadas. E falar que eu jamais vou esquecer o Amazonas, jamais;, declarou a atleta.
A tocha olímpica continua no Amazonas nesta segunda-feira (20/6). O primeiro destino do símbolo será o Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs). Em seguida, ela partirá, em um revezamento fluvial, para os municípios de Iranduba e Presidente Figueiredo, com parada no Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões. Comunidades ribeirinhas e indígenas também vão ter a oportunidade de ver a tocha.
;É o trajeto mais longo do Brasil. São dois dias. É um planejamento de três anos, envolve todo o município e vários organismos federais. Nós temos sim a expectativa de mostrar a Amazônia para o mundo e, ao mesmo tempo, de engajar o povo da Amazônia nos jogos que não são simplesmente Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, são jogos do Brasil;, ressaltou Marco Aurélio Vieira, diretor de Operações do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016.