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Ministro da Justiça: célula terrorista no Brasil é 'amadora e sem preparo'

Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (21/7), grupo que preparava ato terrorista durante as Olimpíadas

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (21/7), em entrevista coletiva para detalhar a operação da Polícia Federal nas prisões de suspeitos de terrorismo, que a ação foi decidida após os grupos iniciarem atos preparatórios para possíveis ataques na Olimpíada do Rio de Janeiro.

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Estas foram as primeiras prisões no País com base na Lei Antiterrorismo. Segundo o ministro, a célula terrorista não era organizada, porém o governo agiu como forma de prevenção. Moraes voltou a afirmar que o grau de risco de atentado no Brasil não aumentou e continua "mínimo". O ministro disse que mantém a avaliação de que a principal preocupação do governo é a segurança pública, e não o terrorismo.

"Não vamos esperar um milímetro de ato preparatório para agir, por mais insignificante, vai ter operação rápida e dura", declarou. Moraes classificou a célula como "absolutamente amadora e sem nenhum preparo". "Uma célula amadora não ia procurar comprar uma arma na internet. Reitero, por isso a questão da segurança pública é muito mais importante e gera mais preocupação. Porém nenhum órgão de segurança poderia ignorar fatos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver", afirmou.

"Estamos monitorando vários indivíduos, mas a partir do momento que isso passa para atos preparatórios passa para uma atuação mais drástica", ressaltou.

Segundo Moraes, o grupo de suspeitos dizia inicialmente que "o Brasil não fazia parte da coalizão do Estado Islâmico", porém, com a proximidade da Olimpíada, consideraram que "o país passava a fazer parte do alvo".

Os dois atos preparatórios mais fortes do grupo, segundo Moraes, foram treinamentos com armas e de artes marciais. O grupo recentemente também começou a pensar em formas de financiamento. Os suspeitos não mencionavam possíveis alvos para os ataques, nem a forma com que fariam os ataques. "Eles não aprofundaram questões para a execução de atentados terroristas, não citaram bombas, por exemplo", disse Moraes.

[SAIBAMAIS]O ministro confirmou que foram emitidos 12 mandatos de prisão para dez Estados diferentes (Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso); desses, dez já foram presos, cada um em um Estado diferente, e outros dois foram localizados e devem ser presos ainda hoje.

De acordo com Moraes, eles conversavam por grupos de WhatsApp e Telegram e a maioria deles não se conhecia pessoalmente. As conversas para ações teriam se intensificado há alguns dias. Nas últimas semanas, o grupo comemorou atentados terroristas no exterior, como em Nice, na França, e, antes, em Orlando, nos EUA.

Moraes afirmou que a ordem judicial foi emitida pela Justiça Federal do Paraná porque o líder do grupo é da capital, Curitiba. O líder chegou a tentar comprar um fuzil AK-45 em um site clandestino no Paraguai, tentativa que foi identificada por meio de e-mails, porém não foi confirmado se ele conseguiu de fato comprar a arma.

"O fato de ele estar querendo comprar o fuzil é um ato preparatório que deve ser combatido", considerou Moraes. O suspeito também incentivou os membros do grupo a iniciarem treinamentos de artes marciais e de manuseio de armas. Mas os treinos não eram organizados e eram de responsabilidade individual, o que, para Moraes, deixa claro que a célula não era organizada.

A identidade dessas pessoas e a faixa etária do grupo não foi divulgada por razões de segurança. Um menor foi citado na conversa, porém não foi preso. Ainda de acordo com o ministro, todos os suspeitos são brasileiros e nenhum deles teve contato direto com o Estado Islâmico.

Cerca de cinco integrantes chegaram a fazer um "batismo" do Estado Islâmico na internet, onde é feito um juramento oral, mas sem contato presencial. Desse grupo, dois deles já haviam sido presos antes por homicídio e ficaram seis anos cada no cárcere.

A operação de hoje é resultado de uma integração entre a Abin, a Polícia Federal, as Forças Armadas e agências de informação internacionais. Além das prisões, também foram emitidas ordens de busca e apreensão. O ministro disse que "muito material foi apreendido" e que há muito mais para ser analisado. Entre os itens apreendidos, segundo Moraes, foram levados computadores e celulares.

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