Brasil

Suspeito de articular ataque terrorista no Brasil se entrega no Mato Grosso

O suspeito se rendeu por volta das 18h de sexta-feira (22/7)

Eduardo Militão
postado em 23/07/2016 17:59
Um dos dois foragidos procurados pela Polícia Federal suspeitos de articular ataques terroristas no Brasil durante as Olimpíadas se entregou ontem em Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso, cidade que faz fronteira com a Bolívia. Com ele, são 11 os presos na Operação Hashtag. O outro integrante do grupo de supostos terroristas seguia em local desconhecido até o fechamento desta edição. Ontem pela manhã, 10 detidos pela Polícia Federal na quinta-feira ; quando a ação foi deflagrada ; foram encaminhados ao presídio federal de Campo Grande (MS), onde estão isolados. A unidade costuma receber criminosos de alta periculosidade.



O suspeito se rendeu por volta das 18h. Ele também será encaminhado a um presídio federal. A Polícia Federal não divulgou mais detalhes sobre a transferência. As prisões foram amparadas pela Lei Antiterrorismo, sancionada em março, e usadas pela primeira vez. Os envolvidos ficarão detidos por 30 dias, renováveis por mais 30. A Lei n; 13.260/2016 permite que as detenções ocorram quando se percebem ;atos preparatórios; para ataques terroristas, antes da execução do ato em si.

Para levantar provas contra o grupo, que fazia batismos com juramentos em vídeo de lealdade ao Estado Islâmico, agentes infiltrados participaram de redes sociais usadas pelos suspeitos de terror. Um dos motivos que levaram a Justiça a pedir a prisão do grupo foi uma mensagem interceptada em que um dos envolvidos pedia a compra de um fuzil AK-47 em um site clandestino de vendas de armas. Os presos integravam um grupo chamado Defensores de Sharia, no qual passaram a se vangloriar de recentes atentados e a dizer que o Brasil poderia ser um alvo devido ao alto número de estrangeiros que vai receber.

Pré-evento

Ontem, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, esteve em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e levantou suspeitas de que os foragidos estivessem lá. Ele, porém, negou que essa tenha sido a motivação da viagem e disse ter ido para o último dia da Operação Nova Aliança 13, ação conjunta com a Secretaria Nacional Antidroga do Paraguai (Senad), que destruiu plantações de maconha que seriam usadas para o tráfico. Segundo fontes da PF e do Ministério Público Federal, a tríplice fronteira entre Paraguai e Argentina preocupa do ponto de vista de segurança.

Embora tenha sido criticado internamente no governo pelo tom que deu à coletiva de imprensa na quinta-feira, Moraes voltou a repetir que se trata de um grupo de ;amadores;. ;A sequência da investigação vai mostrar que alguém que procura uma arma, um fuzil pela internet ou alguém que, dias antes das Olimpíadas, determine que outros iniciem um curso de lutas marciais é amador; Ontem, em evento no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o país está seguro e que há um ;estresse pré-grandes eventos;.

Avisado dias antes sobre o monitoramento dos suspeitos, o presidente em exercício, Michel Temer, se reuniu por duas vezes ontem com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoeyn. De manhã, o general despachou com Temer no gabinete do Palácio do Planalto. Três horas depois, Etchegoeyn foi ao Palácio do Jaburu, residência oficial do interino, para avaliarem os efeitos do tiroteio em Munique, na Alemanha. A avaliação é que o Planalto não deve comentar o episódio.

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