Jornal Correio Braziliense

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Vigília lembra os 23 anos de chacina na Candelária

Como tem ocorrido ao longo dessas mais de duas décadas, parentes das vítimas desse e de outros crimes do tipo voltaram a cobrar mudanças nas políticas de segurança pública

Os 23 anos da cacina da Candelária foram lembrados hoje (23/7) por ativistas que se reuniram na praça em frente a tradicional igreja, no centro do Rio, onde, em 23 de julho de 1993, oito meninos foram assassinados enquanto dormiam. O episódio se converteu em um ícone da violência contra jovens negros e pobres no Brasil.

Como tem ocorrido ao longo dessas mais de duas décadas, parentes das vítimas desse e de outros crimes do tipo voltaram a cobrar mudanças nas políticas de segurança pública. Irmã de um dos sobreviventes da chacina, Vagner dos Santos, hoje vivendo fora do Brasil, Patricia Oliveira disse que marcar presença ali é uma forma de luta.



;Acontece tanta chacina no Rio de Janeiro que uma nova acaba acobertando a outra. Então, todos os anos fazemos questão de estar aqui lembrando, para que as pessoas não esqueçam;, disse Patrícia. Mães que perderam filhos em outras situações de violência também participaram da vigília.

Norte-americanos

Uma delas era Maria de Fátima Silva, mãe de Hugo Leonardo, assassinado em 2012. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, mas ela afirmou que foi uma execução.

;Já faz quatro anos e até agora nada foi resolvido. Deram um tiro na barriga dele, que estava de joelhos, com a camisa na boca e as mãos para cima. E deram outro tiro de misericórdia, na cabeça;, acrescentou.

Este ano, a vigília contou com a presença de ativistas norte-americanos do movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam), que luta contra a violência policial e o racismo nos Estados Unidos. O ato foi encerrado com uma caminhada do movimento Candelária Nunca Mais.