Agência Estado
postado em 24/07/2016 10:47
Militares ocupam desde a 0 hora deste domingo a orla do Rio de Janeiro e instalações estratégicas da capital fluminense como estações de trem, de distribuição de água e de energia e as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e a Refinaria Duque de Caxias da Petrobrás. É o início oficial da operação de segurança das Forças Armadas para os Jogos Olímpicos de 2016, iniciada em meio ao aumento de alerta para ataques terroristas.Blindados foram posicionados nas vias expressas e na Transolímpica, que liga a Barra da Tijuca a Deodoro, na zona oeste, bairros com as principais arenas olímpicas. Vinte e dois mil praças e oficiais estarão no Rio, durante os Jogos. Serão 47 mil agentes de segurança, levando-se em conta as outras forças, como Polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança.
[SAIBAMAIS]A maior preocupação é com os chamados "lobos solitários", terroristas que agem sozinhos, sem vínculos com organizações e recrutados a partir da internet. A prevenção contra esse tipo de ação se daria por meio do controle de fontes humanas (informantes infiltrados), acompanhamento de alvos (vigilância secreta de suspeitos) e ações em todo o território nacional.
O plano proposto pela Abin também incluiu o monitoramento de redes sociais, cooperação com instituições nacionais e articulação com serviços de inteligência estrangeiros. Havia ainda preocupações legais com a tipificação do crime de terrorismo (aprovada pelo Congresso Nacional após longa e polêmica discussão), interceptação de comunicações e escuta ambiental.
"Infelizmente você tem situação em que pessoas desequilibradas, psicopatas, suicidas procuram ter relações com esses grupos terroristas para ter uma desforra ou fazer ajuste com a sociedade, com o mundo que lhe parece extremamente adverso. Daí a dificuldade adicional que você tem de lidar com essa forma de terrorismo, que não é o clássico, com organização centralizada, com pessoas treinadas, doutrinadas, que recebiam missões e as executavam", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Leia mais notícias em Brasil
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) considerou que dez delegações seriam as mais "sensíveis". A lista é integrada por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Egito, Irã, Iraque, Síria, Rússia e Israel. Sob risco médio, foram colocados sete países: Alemanha, Austrália, Dinamarca, Espanha, Holanda, Jordânia e Noruega. O Brasil ficou na terceira relação, a de nações sob risco baixo.
Neste domingo, com a abertura da Vila Olímpica, iniciam-se também as restrições do espaço aéreo. O objetivo é proteger as delegações que vão se movimentar pela cidade. Nem mesmo voos de asa-delta e parapente estão permitidos. A Força Aérea Brasileira também vai controlar o uso de drones. Tudo pela segurança.