Brasil

Febre maculosa assusta moradores de Belo Horizonte, após morte de menina

Os que tiveram notícia do caso redobraram os cuidados na vigilância contra o carrapato-estrela, que transmite a doença ao homem, com atenção especial à conduta das crianças

Guilherme Paranaiba/Estado de Minas
postado em 08/09/2016 07:43
No primeiro dia livre depois da morte de uma criança de 10 anos com suspeita de contaminação pela bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa, o número de pessoas no Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte, não diminuiu. Os frequentadores se dividiram basicamente em dois grupos. Os que tiveram notícia do caso redobraram os cuidados na vigilância contra o carrapato-estrela, que transmite a doença ao homem, com atenção especial à conduta das crianças. Já aqueles que não sabiam do ocorrido mantiveram o costume e aproveitaram o espaço, jogando futebol, correndo e até rolando na grama. Quando perguntada sobre a situação das capivaras, que são hospedeiras da bactéria da febre maculosa, a população é unânime em afirmar que a Prefeitura de BH precisa tomar uma providência que resolva o problema e deixe os frequentadores mais tranquilos para aproveitar o parque.

Suspeita
A morte de T., 10 anos, ocorreu depois que ele participou de uma atividade de um grupo de escoteiros em 20 de agosto no Parque Ecológico da Pampulha. Em 2 de setembro, deu entrada em um hospital de BH apresentando mal estar. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro se agravou e o menino apresentou manchas no corpo (petéquias), cefaleia (dor de cabeça intensa), icterícia (coloração amarelada da pele), febre, mialgia (dor intensa) e dor abdominal. A secretaria aguarda resultados dos exames da Funed para saber se o caso da criança será confirmado como febre maculosa. Segundo a pasta, não há casos confirmados em 2015 e 2016 na capital.



Em 2014, exames feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontaram que 28 capivaras moradoras da Lagoa da Pampulha estavam com a bactéria Rickettsia rickettsii. Na época, cerca de 90 animais viviam na orla, sendo que 46 foram capturados para exames. Apesar de a sorologia positiva não significar que os bichos estavam doentes, eles eram hospedeiros da bactéria, que é transmitida ao homem pelo carrapato-estrela. Em setembro do mesmo ano, dentro do plano de manejo autorizado pelo Ibama, foram capturadas 52 capivaras.

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