postado em 22/09/2016 12:03
As centrais sindicais fazem na manhã de hoje (22) uma manifestação em defesa dos direitos trabalhistas e sociais em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, região central da capital. Com um carro de som e agitando bandeiras, os militantes ocuparam a calçada em frente ao prédio e uma das faixas da via.O ato unificado reúne sete centrais na tentativa de ampliar a mobilização contra as reformas que podem mudar as regras para aposentadoria e a regulamentação do mercado de trabalho. ;Isso é importante porque demonstra uma unidade que os trabalhadores necessitam. Está em debate no nosso país reformas da Previdência e mudanças na legislação trabalhista;, ressaltou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, sobre a importância das entidades se unirem sob uma pauta comum.
A mobilização deve, segundo Juruna, pressionar os deputados e senadores para evitar alterações na lei que prejudiquem os trabalhadores. ;Esquentar um descontentamento para que possamos no Congresso Nacional influenciar para que as mudanças não tragam retirada de direitos dos trabalhadores;, acrescentou o dirigente sindical.
Greve geral
O representante da Força Sindical moderou o discurso ao falar da possibilidade de uma greve geral, bandeira defendida por algumas das centrais que compuseram o ato. ;A Força Sindical quer aumentar aos poucos o poder de fogo para, se possível, levar a uma greve maior;, disse Juruna ao ponderar que a atual situação econômica dificulta mobilizações mais radicais. ;São mais de 12 milhões de desempregados que geram desconforto nos que estão trabalhando;, destacou.
Para Juruna, em alguns setores, a disposição é maior do que em outros. ;Os setores industriais estão mais mobilizados, até por conta da campanha salarial. Os bancários estão em greve;, mencionou.
A greve geral é, no entanto, o caminho defendido pela CSP-Conlutas para evitar perdas de direitos. ;Nós temos que juntar toda a classe trabalhadora e o povo da periferia e construir uma greve geral neste país. Enfrentar e derrotar as intenções do governo e da classe patronal nesse momento;, defendeu o secretário executivo da Central, Atnágoras Lopes, sobre a paralisação que pode ser deflagrada no próximo dia 29.
Além de manter as conquistas atuais, Lopes diz que é necessário lutar por avanços. ;A defesa integral da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] e por avanços. É preciso, na verdade, estabilidade no emprego. Os governos e o Estado precisam cuidar dos desempregados;, enfatizou.
Dia de Mobilização
Durante a tarde, os manifestantes devem se juntar à assembleia dos professores da rede pública estadual no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), também na Avenida Paulista, para promover um ato preparatório para o Dia de Paralisação, previsto para a próxima quinta-feira (29).
A Proposta de Emenda Constitucional 241, que estipula um limite para os gastos públicos, é outro tema que está na pauta do movimento, devido aos possíveis cortes nos recursos para áreas como educação e saúde. Integram as manifestações, a Força Sindical, a Conlutas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Intersindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).