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Em São Paulo, idosos fazem oficina para usar o aplicativo WhatsApp

Enquanto o instrutor mostrava em uma projeção o passo a passo de como instalar o aplicativo, enviar mensagens, encaminhar fotos e mudar configurações, os alunos que levaram o celular treinavam as funções e tiravam dúvidas



Sem celular
A pensionista Marina Isabel de Moraes Araújo, de 71 anos, procurou a oficina também pensando em economizar no futuro. Ela ainda não usa celular porque não se habitou com o formato do smartphone, mas quis participar do workshop porque ficou sabendo que, com o "zap-zap", poderia falar de forma mais prática e barata com parentes que estão morando fora de São Paulo. "Tenho um sobrinho que mora no Japão, uma sobrinha em Brasília e um irmão no Paraná e queria poder falar mais com eles. Vim aqui para ver mais ou menos como funciona a coisa. Agora vou pedir para o meu filho me ensinar com mais detalhes", diz.

A aposentada Eunicia Josina Ferreira, de 79 anos, também não tem o costume de usar o celular, mas adotou como meta aprender a mexer no aplicativo quando viu a bisneta desenvolta com a tecnologia. "Minha bisneta de 3 anos pega o celular, tira foto e envia. Não é possível que eu não consiga", afirma ela, aos risos "E achei bom eles promoverem essa palestra só para os idosos porque os parentes não têm paciência para explicar para a gente "

Líder do centro de convivência do CRI, Lissa Ferreira Lansky diz que as atividades tecnológicas promovidas pela unidade têm tido cada vez mais procura. "Nossas turmas de informática sempre lotam e já tínhamos promovido plantão de dúvidas de Facebook e de como mexer no celular, mas percebemos que era uma demanda dos idosos essa questão do WhatsApp", conta ela. "Ajudá-los a se conectar deixa as relações familiares mais estreitas, aproxima o idoso da linguagem dos mais jovens e impede aquele sentimento de solidão ou exclusão que alguns sentem."