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Doria diz que vai tirar camelôs das ruas de São Paulo

Apesar de polêmica, a decisão de retirar camelôs das ruas não será feita de forma a gerar confronto, assegura Doria, que ressalta a "questão humana" do problema

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na tarde desta sexta-feira (14/10), que existe "total falta de controle" hoje em relação ao comércio ambulante na capital. O tucano afirmou que, em sua gestão, não haverá mais camelôs nas ruas.


[SAIBAMAIS]"Eles vão atuar em espaços públicos organizados, iluminados, seguros e em locais com movimento para atrair potenciais compradores. Não nas ruas", disse em Buenos Aires, durante entrevista concedida a jornalistas que o acompanham na primeira agenda que cumpre fora do País após as eleições. Doria está na capital argentina para participar do 21; Meeting Internacional, evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais, entidade fundada e presidida por ele até maio. Apesar de polêmica, a decisão de retirar camelôs das ruas não será feita de forma a gerar confronto, assegura Doria, que ressalta a "questão humana" do problema.

"São dois milhões de desempregados. Não vamos hostilizar os ambulantes e gerar confronto, mas dar a eles uma oportunidade. A alternativa é criar os shoppings do povo." Esses shoppings funcionariam em áreas com forte movimentação de pedestres e em bairros com característica comercial, como o Brás A ideia, no entanto, não é nova. A gestão Fernando Haddad (PT) já promoveu uma concorrência para requalificar a chamada Feirinha da Madrugada, no Pari, mas a concessão enfrenta resistência e está temporariamente suspensa pela Justiça.

Só ali são cerca de 4 mil ambulantes. Ao mesmo tempo em que promete retirar camelôs das ruas, o tucano também afirma que vai melhorar a parceria com a Polícia Militar por meio da ampliação da Operação Delegada, na qual a Prefeitura paga policiais em folga para combater o comércio irregular nas ruas da cidade. Iniciado em 2009, pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD), o programa foi esvaziado no governo Haddad e o número de soldados contratados caiu de 3,8 mil para 1.063.