Jornal Correio Braziliense

Brasil

Presidente Michel Temer critica estudantes por ocupação de escolas

Presidente afirma que os brasileiros precisam aprender a respeitar as instituições e sugere que os alunos sequer sabem o que é uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Prejuízo com adiamento do Enem por causa da invasão de colégios pode chegar a R$ 15 milhões



Após provocarem o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para uma parcela dos inscritos, as ocupações das escolas pelo país foram alvo de críticas diretas do presidente da República, Michel Temer. Em discurso ontem na Confederação Nacional da Indústria para empresários, banqueiros e analistas de mercado, o chefe do Executivo afirmou que os brasileiros precisam aprender a respeitar as instituições e que, ao ocupar prédios públicos, utilizam argumento ;físico;, e não intelectual ou verbal. Temer ironizou ainda os estudantes ao sugerir que eles não sabem do que se trata uma proposta de emenda à Constituição (PEC).

A PEC 55, que estipula um teto para gastos públicos atrelado à inflação do ano anterior, é um dos alvos de críticas do movimento, como também a medida provisória da reforma do ensino médio. As mudanças propostas para flexibilizar o currículo, como a retirada da obrigatoriedade de algumas disciplinas, a exemplo da filosofia, motivou as ocupações, que tiveram início em setembro. No último domingo, cerca de 271 mil alunos deixaram de fazer a prova do Enem porque fariam a avaliação em um dos 405 locais de prova ocupados até então. O teste será aplicado em 3 e 4 de dezembro. Fizeram a prova na data marcada inicialmente 5.848.619 alunos.

Ontem, Temer criticou abertamente o movimento. ;Nós precisamos aprender no país a respeitar as instituições, e o que menos se faz hoje é respeitar as instituições. (...) É interessante, hoje, em vez do argumento oral, do argumento intelectual, ou que não seja intelectual, mas o argumento verbal, usa-se o argumento físico. A pessoa vai e ocupa não sei o quê, bota pneu velho e queima na estrada para impedir o trânsito, o argumento é argumento físico;, disse Temer.

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