O engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, 60 anos, acusado de ter matado o próprio filho, o estudante Guilherme Silva Neto, de 20 anos, e de depois ter cometido suicídio, teria perseguido o jovem por pelo menos um quarteirão antes de efetuar os quatro disparos que tiraram a vida do rapaz. Segundo inquérito preliminar divulgado pela Polícia Civil de Goiás, após ter levado o primeiro tiro, Guilherme conseguiu fugir, mas foi alcançado pelo pai que deu outros três disparos na vítima, que estava de joelhos na hora do crime.
O pai era considerado muito possessivo, segundo testemunhas. Não gostava que o filho saísse de casa com frequência e reprimia as atitudes políticas de Guilherme, que era a favor do aborto, contra a PEC 55, que limita um teto de gastos públicos, além de defender as ocupações de escolas e universidades públicas. A briga que antecedeu o crime teria sido causada exatamente por causa das opiniões do estudante de matemática. Após a briga, o engenheiro seguiu o jovem e o encontrou em uma praça na região central da cidade, onde ele teria começado a sequência de disparos.
Apesar desses desentedimentos, testemunhas afirmam que a relação entre pai e filho "era muito afetuosa" e que nenhum episódio de violência entre os dois tinha sido registrado. O inquérito, ainda de acordo com as autoridades, já está praticamente finalizado. Resta apenas saber como Alexandre conseguiu ter acesso ao revólver que ele teria usado para cometer o crime, uma vez que ele não tinha porte de armas.