Brasil

Sobreviventes brasileiros do trágico voo a Medellín evoluem bem

O lateral Alan Ruschel evoluiu bem e até brinca com os médicos da UTI: pediu um churrasco

postado em 05/12/2016 08:28
Cena no resgate de Neto, ainda na madrugada da última terça-feira: zagueiro é o que inspira mais cuidados, afirma equipe médica
Dos quatro brasileiros que sobreviveram à queda do avião da LaMia e continuam internados em Medellín, o zagueiro Neto é o que inspira maiores cuidados, segundo os médicos, que divulgaram novo boletim, ontem, para informar sobre o estado de saúde dos jogadores da Chapecoense. O zagueiro é o único que continua entubado. Neto, o último a ser resgatado do acidente com vida, está com pneumonia e ainda depende de ventilação mecânica para respirar. Ele deve permanecer assim por até 48 horas.

Já o lateral Alan Ruschel evoluiu bem e até brinca com os médicos da UTI: pediu um churrasco ; ele disse que estava com vontade de comer carne. Ruschel conversa bastante com os médicos, falou com familiares que estão em Medellín e foi comunicado do que aconteceu com os companheiros.

[SAIBAMAIS]Em Medellín, o pai do jogador, Flávio Ruschel, detalhou a recuperação do filho e agradeceu pelo apoio que tem recebido de todo o mundo. ;Só quero passar a todos que o Alan está bem, evoluindo, minuto a minuto, já não é mais dia a dia;, contou. ;Estamos muito gratos por todo o tratamento que estamos tendo. Ninguém mede esforços para que todos os quatro se recuperem bem. Estamos unidos, trocando experiências, um tentando ajudar o outro de alguma forma, contentes com toda essa recepção e a evolução de todos os quatro que escaparam dessa tragédia, num verdadeiro milagre;, disse Flávio, agradecendo especialmente o governo colombiano.

O goleiro Jakson Follmann, que teve a perna direita amputada, continua mostrando evolução segundo os médicos, que já descartaram amputar a outra perna do jogador. Follman, que pode sair da UTI nesta semana, sofreu uma lesão na coluna e terá de passar por uma cirurgia devido a uma fratura na segunda vértebra. Dependendo da evolução, a cirurgia na coluna pode até ser feita no Brasil.

Outro sobrevivente brasileiro do acidente que matou 71 pessoas na última terça-feira é o jornalista Rafael Henzel, que também já respira sem ajuda de aparelhos, embora continue com uma infecção pulmonar. Os médicos ainda consideram o estado de Henzel como ;crítico;, mas ressaltaram uma evolução nos últimos dias.

Segundo os médicos, não há previsão para que os sobreviventes sejam transferidos para o Brasil. Os três jogadores e o jornalista precisam, primeiro, sair da UTI e ir para um quarto normal. ;Até amanhã (segunda-feira), nenhum deles sai da UTI. Fazemos planos para cada 24 horas, porque pacientes de UTI estão em estado crítico, é muito dinâmico;, disse o intensivista Edson Stakonski.

Bolivianos
Além dos quatro brasileiros, sobreviveram ao acidente dois tripulantes bolivianos, Ximena Suárez e Erwin Tumiri. Ele, inclusive, já recebeu alta. No sábado, chegou a Cochabamba, na Bolívia, onde permanece em observação no hospital Belga. Praticamente recuperado do acidente, o boliviano não teme continuar voando e diz que seguirá exercendo a profissão. ;Estou feliz porque Deus me deu outra chance para viver. Eu vou voar, eu não vou deixar a vida aeronáutica e levarei meu testemunho de vida aonde quer que vá, porque Deus tem um propósito para cada um de nós e agora eu descobrirei qual é o meu;, afirmou Erwin Tumiri, ao jornal boliviano Opinión.

Pouco afetado pelo acidente, o técnico de voo passou por exames, que não constataram nenhum problema físico mais grave. Chefe do hospital Belga, o médico José Manuel Arrieta afirmou que o estado de saúde de Tumiri após o acidente é um milagre. ;Depois de um tremendo impacto do acidente, imaginávamos que iríamos receber uma pessoa com muitos danos, mas este menino é abençoado. Não há outra explicação, é um milagre;, finalizou.

Sem pânico
Quando ainda estava na Colômbia, Tumiri recebeu a visita do médico da Chape, Carlos Henrique Mendonça Silva. O brasileiro pediu para a direção do hospital a liberação da conversa, para que ele entendesse o que ocorreu na hora da queda do avião. ;Ele me falou que, durante o momento crítico, não houve nenhum sinal de emergência. Só acenderam os sinais para colocar o cinto. Ele (Tumiri) foi com a comissária para trás. Não houve nenhum tipo de tumulto;, comentou Carlos Henrique à rádio CBN/Diário. ;Houve uma turbulência muito forte, eles ficaram em posição de emergência e houve o impacto. Ele falou que não houve sofrimento, nenhuma gritaria, que não deu nem para sentir a queda;, concluiu.

A outra sobrevivente, a comissária de bordo Ximena Suarez, ainda está internada em Medellín. Ela não corre risco de morrer, mas permanece sob observação. Ximena tem usado o Facebook para postar mensagens de solidariedade à Chapecoense e aos colegas mortos no acidente. Ela, inclusive, defende o piloto do avião, o também boliviano Miguel Quiroga. ;Este piloto, para mim, morreu como um herói, sim;, escreveu.
O lateral Alan Ruschel evoluiu bem e até brinca com os médicos da UTI: pediu um churrasco
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