postado em 09/12/2016 09:58
A Justiça Eleitoral em Minas suspeita de que o prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), tenha simulado a venda de parte de um imóvel que possui na capital para repassar R$ 2,2 milhões à sua campanha. A operação teve participação de empresa que tem como sócio o empresário Vittorio Medioli, um italiano naturalizado brasileiro, eleito prefeito de Betim, na região metropolitana, pelo mesmo partido de Kalil.
[SAIBAMAIS]
O posicionamento consta de pedido de reconsideração enviado pela defesa de Kalil ao juiz Delvan Barcelos Júnior, da 334.; Zona Eleitoral, que, seguindo parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), desaprovou as contas de campanha exatamente por causa da operação envolvendo o imóvel.
Segundo descrito no posicionamento do juiz, que manteve a desaprovação das contas, parte do apartamento de Kalil foi comprada pelos filhos do prefeito eleito por R$ 2.231.250 - montante repassado à época diretamente para a conta do prefeito eleito. O dinheiro para a compra, ainda conforme mostrado na decisão, teria saído da venda, pelos filhos de Kalil, de outro apartamento que também fica na capital mineira.
A compra desse imóvel foi feita, conforme a decisão judicial, pela empresa CBC Imóveis e Conservadora Ltda., que tem como sócios Medioli e a Sada Participações S/A, também do prefeito eleito de Betim.
Segundo o juiz, um dos principais indícios de que houve irregularidades é que o dinheiro foi enviado diretamente a Kalil, "sem tramitar pelas contas dos promitentes vendedores". Dessa forma, existiria ainda a possibilidade de ter ocorrido doação de recursos, por parte dos filhos, acima do limite legal
A assessoria de comunicação de Kalil afirmou que pretende agora aguardar julgamento do recurso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). Medioli disse que o negócio foi dentro da lei. "Foi um negócio completamente legal. Os filhos do Kalil me procuraram, me ofereçam o imóvel por um preço muito bom e eu comprei. Agora vão me entregar o apartamento." Sobre o fato de o dinheiro ter ido diretamente para a conta de Kalil, Medioli afirmou que foi um pedido dos filhos de seu colega de partido.
Histórico
A possível irregularidade nas contas do prefeito eleito foi identificada por técnicos do TRE-MG, que emitiram parecer enviado para o juiz e para posicionamento do MPE. O parecer afirmava que Kalil não conseguiu comprovar a venda de parte do apartamento. Os R$ 2,2 milhões do imóvel correspondem a mais de 60% de toda a arrecadação de campanha alcançada pelo candidato.
Por Agência Estado