Relembre alguns dos piores motins em cadeias do país:
São Paulo, Carandiru, 1992
Em 2 de outubro de 1992, uma rebelião teve início no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, resultou na maior chacina da história dos presídios brasileiros, com 111 presos mortos. Na ocasião, o governador à época, Luiz Antônio Fleury Filho, afastou o secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, e o substitui por Michel Temer. Entre 2013 e 2014, 74 policiais militares envolvidos no massacre foram condenados por cinco júris a penas que somavam mais de 20 mil anos, porém, a decisão acabou anulada por decisão do desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, em 2016.
São Paulo, vários presídios, 2001
Em 18 de fevereiro de 2001, o Brasil foi surpreendido por uma ação inédita: uma megarrebelião simultânea em 25 presídios do estado de São Paulo, além de quatro outras unidades prisionais. Foi quando o número 1333, que representa o PCC, se tornou conhecido nacionalmente. A rebelião foi ordenada pelos líderes da facção criminosa em resposta a uma decisão das forças de segurança de transferirem os líderes do PCC para presídios mais seguros e acabou com o saldo de 16 mortos e dezenas de feridos.
Urso Branco, Rondônia, 2002
Em 1; de janeiro de 2002, 27 presos foram assassinados em uma chacina ocorrida na Casa de Detenção José Mário Alves, chamada de Urso Branco, localizada em Porto Velho e maior unidade prisional de Rondônia. O caso teve repercussão internacional não só pela quantidade de mortes, mas também pela brutalidade das execuções, que envolveram a decapitação de várias das vítimas. Devido ao episódio, o Brasil foi denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Pedrinhas, Maranhão, 2013
Entre novembro e dezembro de 2013, uma ação com o objetivo de exterminar membros de uma facção rival foi conduzida por detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, a 22km da capital, São Luís. Vinte e duas pessoas foram mortas. O episódio chocou o país porque os autores da chacina filmaram a matança, exibindo corpos sem cabeça enquanto se vangloriavam. O caso levou a uma investigação sobre abusos no presídio e até casos de canibalismo (alguns detentos, depois de mortos, tiveram o fígado comido pelos inimigos) foram relatados. Apurou-se também que, ao longo daquele ano, cerca de 60 presos tinham sido mortos na unidade, que, construída para abrigar 1,7 mil pessoas, contava com 2,5 mil internos na época.
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