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Ex-secretário acha US$ 1 mil em aeroporto, não devolve e é detido em SP

O ex-secretário alegou que devolveria os dólares, versão contestada pela polícia do aeroporto

Por não ter devolvido espontaneamente US$ 1 mil achados no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no último sábado (7/1), o ex-secretário de Comunicação da prefeitura de Sorocaba, Rodrigo Antonio Maldonado, foi detido por suspeita de furto e impedido de viajar para os Estados Unidos. Ele estava com a esposa e dois filhos na sala de embarque do aeroporto com destino a Orlando, na Flórida, quando foi abordado pelos policiais. O ex-secretário alegou que devolveria os dólares, versão contestada pela polícia do aeroporto. Seu advogado alega ausência de crime pois ele tinha prazo para devolver o achado.


De acordo com o boletim de ocorrência, uma família que embarcaria para os Estados Unidos no mesmo voo procurou a Polícia Civil informando a perda de um envelope contendo U$ 1 mil e um documento de residência permanente, o green card. Imagens do circuito interno mostraram que Maldonado entregou à companhia aérea apenas o documento, ficando com o dinheiro. Ao ser abordado já na sala de embarque, ele confirmou que estava com os dólares e disse que pretendia devolvê-los mais tarde. Levado à unidade da Polícia Civil, Maldonado recebeu voz de prisão e só foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 1,5 mil.

O episódio causou grande repercussão em Sorocaba, onde a família do ex-secretário é muito conhecida. Sua mãe, a pastora evangélica Neusa Maldonado, foi vereadora pelo PSDB até dezembro do ano passado, e Rodrigo ocupou também a chefia do Serviço Autônomo de Água de Esgotos (SAAE) no recente governo tucano. Em nota, ele reconheceu que tinha cometido um "erro" ao não fazer a devolução imediata do dinheiro, mas que ainda procuraria o dono. "Nesse momento fomos conduzidos à delegacia onde, em nosso entendimento, erroneamente o fato foi tipificado como furto", alegou.


O delegado Oswaldo Diez, responsável pelo aeroporto, contesta a intenção de devolução dos dólares. Segundo ele, Maldonado teria ido até o banheiro do aeroporto, onde pôs as cédulas na carteira e jogou o envelope vazio no lixo. "O encontro do numerário e do green card aconteceu por volta das 6 horas e o embarque só aconteceria às 9, portanto ele teve tempo hábil para proceder à devolução", disse. De acordo com Diez, somente no ano passado, 39 pessoas devolveram dinheiro achado no aeroporto.

O advogado do ex-secretário, Carlos Eduardo Gomes Belmello, disse que ele e a família estão sendo "extremamente" prejudicados pelo entendimento da Polícia Civil. "Ele não cometeu qualquer ilícito, pois sua intenção era entregar o dinheiro encontrado e, pela lei, tinha até 15 dias para isso. Só não o fez antes exatamente por ter sido interpelado primeiro por policiais, aos quais entregou o valor encontrado." O advogado disse esperar que o Ministério Público decida pelo arquivamento do inquérito. Segundo ele, pessoas que estão usando redes sociais para emitir juízo a respeito do caso podem ser processadas por difamação ou calúnia. "Ele está há mais de 20 anos na vida pública, sem ter havido qualquer fato que pudesse manchar sua reputação."

Por Agência Estado