O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, lamentou as mortes ocorridas na rebelião na Penitenciária Federal de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte (RN). Ele autorizou, neste domingo (15/1), que parte dos R$ 13 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) seja utilizada em construções que reforcem a segurança no presídio.
O motim, que durou cerca de 14 horas, deixou ao menos 10 detentos mortos, segundo governo local. Um helicóptero da Polícia Militar auxiliou na operação, que envolveu também o Bope, o Choque e o Grupo de Operações Especiais. Do lado de fora, segundo informou algumas pessoas que estavam no local, era possível ver fumaça negra saindo dos pavilhões e ouvir as bombas de efeito moral.
Os detentos começaram a rebelião ontem, por volta das 16h30. A guerra envolveu presos de facções rivais dos pavilhões 4 e 5. Atuam no Rio Grande do Norte, além do Primeiro Comando da Capital (PCC), o Sindicato do Crime do RN, rival do grupo paulista e mais próximo da Família do Norte e Comando Vermelho.
Rebeliões marcam início de ano
O ano mal começou e já foi registrada uma série de rebeliões em presídios do Brasil. Em 1; de janeiro, o motim de detendos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no Amazonas, resultou em 60 mortos e em uma tentativa de fuga em massa dos internos. Este foi o maior massacre ocorrido em presídios brasileiros desde o Carandiru, em 1992, em São Paulo. Em 8 de janeiro, ocorreu um novo tumulto: quatro presos morreram.
Quase uma semana depois, foi a vez dos detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa vista, Roraima, se rebelar. O tumulto deixou 33 pessoas mortas e não houve tentativa de fuga dos presos. Ambos os crimes estão relacionados à guerra entre facções rivais.