Jornal Correio Braziliense

Brasil

Após massacre de 26 presos no fim de semana, RN sofre nova rebelião

O Grupo de Operações Especiais dos agentes carcerários já entrou no Presídio Raimundo Nonato e trabalha com o objetivo de conter a rebelião

Os detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, na zona norte de Natal, iniciaram uma rebelião na madrugada desta segunda-feira (16/1). De acordo a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, os presidiários afirmam que o motim é uma represália às mortes de presos na briga entre facções no sábado (14/1), dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal.

Na ocasião, 26 presidiários ligados à organização criminosa Sindicato do Crime do RN foram mortos por presos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os detentos construíram barricadas para impedir a entrada de agentes carcerários e ameaçaram atacar os presos que ficam no Pavilhão 2 da unidade, que são rotineiramente intimidados pelos demais por auxiliarem nos serviços gerais do presídio.

Vilma disse ainda que os detentos juraram vingança e que essa resposta não deve acontecer somente dentro dos estabelecimentos prisionais do Estado do Rio Grande do Norte.

[SAIBAMAIS]O Grupo de Operações Especiais dos agentes carcerários já entrou no Presídio Raimundo Nonato e trabalha com o objetivo de conter a rebelião. Vilma afirmou que os agentes conseguiram impedir o contato entre os rebelados e os presos que seriam atacados. No entanto, ainda havia tensão dentro da unidade na manhã desta segunda-feira.

O Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes é o mesmo em que, em janeiro do ano passado, 46 detentos conseguiram escapar por um túnel. Foi a maior fuga ocorrida em presídio da história do Rio Grande do Norte.

Na ocasião, os presidiários cavaram um túnel de 40 metros a partir do Pavilhão B da unidade até o Complexo Penal João Chaves, que custodia presos em liberdade provisória e fica no prédio ao lado.

Sobre a rebelião desta segunda-feira, o Sindicato dos Agentes confirmou que boa parte do presídio foi danificada. Enquanto promoviam o quebra-quebra, presos gritavam contra os agentes e repetem o nome da facção Sindicato do Crime do RN. A unidade abriga 496 detentos.
Por Agência Estado