Brasil

Agentes penitenciários relatam "vistorias" de criminosos no Rio

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal, os criminosos passaram a exigir que os agentes abaixassem os vidros e se identificassem no caminho de ida e volta para o presídio em que trabalham

postado em 17/01/2017 16:16

Ao decretar greve a partir de hoje (17/1) até a próxima segunda-feira (23/1), o Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro denunciou a situação de insegurança que era enfrentada por inspetores penitenciários que trabalham em Japeri, na Baixada Fluminense.

[SAIBAMAIS]Segundo o texto de autoria do presidente do sindicato, Gutembergue de Oliveira, criminosos que hostilizavam inspetores penitenciários passaram a exigir que eles abaixassem os vidros e se identificassem no caminho de ida e volta para o presídio em que trabalham. A nota classifica a situação de "total descalabro que demonstra a falência do poder estatal em determinados territórios do Estado."

"Continuando nas suas ações progressivas, os meliantes fazem inspetores saírem dos carros e os revistam. Num dia, roubaram o veículo de um inspetor, dois dias depois roubaram o veículo e a arma de outro, no dia seguinte fizeram disparos no carro de outro inspetor, felizmente não o acertando", narra o texto publicado no site do sindicato, "O último evento, na segunda-feira (9/1), em que um inspetor foi parado, teve seu carro revistado, sofreu revista pessoal e, não satisfeitos, os marginais tiraram o cordão do seu pescoço."

A Polícia Militar informou por meio de nota que tomou conhecimento da situação. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, o comandante do 24; Batalhão de Polícia Militar [Queimados] teve uma reunião com diretores da Cadeia Pública Cotrim Neto, no dia 10. A reunião ocorreu um dia depois do último episódio relatado no texto do sindicato.

A PM disse que o encontro terminou com a definição de que seria criado um patrulhamento motorizado para garantir a segurança no entorno. O presidente do sindicato confirmou que o policiamento passou a ser feito e afastou os criminosos. "Houve uma tomada de decisões, vamos ver se elas se mantêm. Por enquanto, parece que conseguiram afugentar."

Denúncias de inspetores penitenciários e oficiais de justiça que atuam no município motivaram uma reunião ontem (16/1) do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Execução Penal com autoridades estaduais de segurança pública.

Por Agência Estado

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