postado em 19/01/2017 11:41
Vários detentos ocuparam, nesta quinta-feira (19/1), as áreas externas da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. A situação era tensa após o registro de novo conflito entre presos. Desde o último final de semana, o presídio é palco de confrontos e ameaças entre presos membros de facções criminosas rivais.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira (19/1) que o presidente Michel Temer pediu um diagnóstico da situação no Rio Grande do Norte. O ministro não descarta uma atuação das Forças Armadas. "Falei com o presidente. A situação realmente está tensa e eles nos pediu uma avaliação, junto com o ministério da Justiça"
E a onda de violência também toma conta das ruas no interior do estado. A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte registrou 28 ocorrências de ataques a ônibus, terminais urbanos, viaturas do governo, delegacias e outros prédios públicos na capital e em outras cinco cidades potiguares desde a tarde dessa quarta-feira (18/1). Foram incendiados 21 ônibus; seis carros e um caminhão. Sete pessoas foram detidas e conduzidas a delegacias.
[SAIBAMAIS]Segundo o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, a possível relação dos ataques com a transferência de presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, ontem, ainda está sendo investigada. ;As nossas forças de segurança estão mobilizadas para garantir a normalidade nas ruas e as investigações sobre possíveis retaliações já estão sendo feitas.; Há cinco dias, as autoridades de segurança pública estaduais tentam retomar o controle do presídio, localizado na região metropolitana de Natal.
A onda de ataques levou rodoviários e empresas de transporte urbano a recolherem os ônibus desde as 18h de ontem. Veículos voltaram a circular no início da manhã de hoje (19), mas com atrasos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários (Sintro-RN), alguns ônibus saíram das garagens escoltados por viaturas policiais.
De sábado para domingo, pelo menos 26 presos foram assassinados por outros detentos durante uma rebelião de mais de 14 horas de duração. Desde então, presos circulam livremente pelo pátio da unidade, portando facas, barras de ferro e paus. As autoridades estaduais de segurança pública desconfiam que o número de mortos no confronto entre presos pode ser maior e que corpos podem ter sido jogados em fossas de esgoto na área interna do presídio.
O governo do Rio Grande do Norte pediu ao governo federal o envio de equipes das Forças Armadas para auxiliar as forças locais a inspecionarem o interior dos presídios estaduais em busca de armas, aparelhos celulares, drogas e outros produtos e substâncias proibidas. Tropas da Força Nacional de Segurança Pública também já atuam no estado desde setembro do ano passado, auxiliando a Polícia Militar no policiamento ostensivo.
Com informações da Agência Brasil