Otávio Augusto
postado em 19/01/2017 22:38
Exames comprovaram que 23 pessoas morreram vítimas da febre amarela em Minas Gerais. O surto é considerado pela Secretaria de Saúde mineira como o maior da história. Outros 31 óbitos suspeitos são investigados. Segundo o balanço mais recente, são 206 casos notificados e 34 confirmados. Para reforçar a imunização, o Ministério da Saúde enviará a partir desta sexta-feira (20/1) mais duas remessas de vacina para o estado, totalizando 800 mil unidades. Neste mês Minas recebeu 1,6 milhão de doses extras.
O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, destacou a taxa de mortalidade da doença. "Esse é o maior surto de febre amarela de Minas Gerais. Tivemos dois grandes surtos, em 1999 e 2000. Ocorreu um surto em Ubá e na Região Centro-Oeste em 2010. Mas, este ano já supera em número de casos, de municípios afetados e de mortes;, lamentou. Na manhã de hoje, 40 mil doses da vacina foram distribuídas com apoio do helicóptero da Polícia Civil.
Said confirmou mortes de primatas em outras regiões do estado ; a parte leste é a mais afetada. ;Houve rumores que em 44 cidades houve epizootia. Desses, 13 houve coleta de macacos mortos. Além da região Leste, municípios do Sul e do Triângulo mineiro, tem rumores de animais mortos;, confirmou.
Na Bahia, o reforço da vacinação abrange uma área de 45 cidades. Já no Rio de Janeiro, a imunização vai atender a população de 14 municípios. O oeste do Espírito Santo também intensificou a vacinação em 26 municípios. O secretário de Saúde capixaba, Ricardo de Oliveira,concluiu ontem o plano de vacinação. ;Temos uma estratégia de precaução, de prevenção, que é fazer essa barreira nos municípios limítrofes com Minas Gerais. Temos sete mil doses e vamos aplicar primeiro nas zonas rurais e depois na cidade. A comunicação será através de carro de som na zona rural;, explicou. Lá, há seis casos suspeitos em quatro cidades.
Em 2016, foram confirmados sete casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2), sendo que cinco deles evoluíram para óbito. Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, seis em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do Sul, com cinco óbitos. A mortalidade da doença varia de 15% a 45% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o histórico brasileiro mostra taxa maior. Entre 2000 e 2016, das 346 pessoas diagnosticadas com febre amarela, 166 morreram ; índice de 48%.