Jornal Correio Braziliense

Brasil

Tensão, ameaças e 'churrasco de PCC' em presídio de Alcaçuz

Em vídeo, detentos da penitenciária do Rio Grande do Norte fazem várias ameaças aos rivais, enquanto seguram espetos cheios de carne supostamente humana em uma fogueira improvisada

A briga entre facções que matou mais de 130 presidiários só este ano no Brasil parece não ter fim. Circulam na internet, imagens divulgadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e pelo Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte que deixam claro o clima de guerra. Em um dos vídeos, integrantes do Sindicato do Crime do RN estão reunidos em torno de uma fogueira no Presídio Estadual de Alcaçuz (RN), onde ocorreu a última rebelião que matou 26 pessoas, e mostram um homem segurando um espeto com pedaços de carne, supostamente humanas. ;Isso é um churrasco de PCC;, ironiza um deles. Outros avisa: ;É só o começo;. Homens com arma branca aparecem no vídeo. No vídeo do PCC, homens com a cara tampada ameaçam ;estender a guerra; para as ruas e atacar policiais em todo país caso os homens da facção rival não sejam retirados do presídio de Alcaçuz.
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Para resolver o problema em Alcaçuz, o governo do estado resolveu instalar, dentro do presídio, contêineres, na intenção de separar as duas facções inimigas. A Polícia Militar do RN entrou na cadeia no sábado (21/01) para construir a divisória entre os pavilhões 1, 2 e 3, dominados pelo Sindicato do RN, e os pavilhões 4 e 5, ocupados pelo PCC.
Segundo o governo, os contêineres de 12 metros de altura serão usados temporariamente até que um muro de 90 metros extensão seja efetivamente construído, o que deve demorar até 15 dias.

Do lado de fora, o clima também é tenso. Familiares dos integrantes de grupos adversários acampam ao redor da penitenciária e chegaram a entrar em confronto nos últimos dias. A mulher de um dos detentos ouvida pelo Correio afirma que neste domingo (22/01) não houve confusão, porque o dia está chuvoso. ;Do lado de dentro também está tranquilo. Queríamos que o governador tirasse o PCC de dentro do presídio, mas ele se recusa;, reclama. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, foi procurado para comentar o caso, mas não atendeu as ligações da reportagem.