Agência Estado
postado em 23/01/2017 16:48
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), cancelou a palestra que faria em março durante um evento do Lide, associação empresarial fundada por ele conhecida por reunir empresários e políticos. O grupo pretendia cobrar R$ 50 mil de interessados em participar de um almoço com a presença do tucano
O tema da palestra, conforme revelou na quinta-feira (19) a Folha de S.Paulo, era "O impacto de uma gestão eficiente na cidade de São Paulo". De acordo com o jornal, quem aceitasse fazer a contribuição poderia se sentar à mesa principal com o prefeito.
Depois de eleito, Doria repassou o comando da associação empresarial a seu filho mais velho.
O Lide, em nota, afirmou que não existe restrição legal ou ética para a participação de Doria e que a decisão de cancelar a sua presença tem o objetivo de "evitar qualquer interpretação que desvirtue a verdade dos fatos".
"O Lide enfatiza que, para a realização de qualquer evento, é necessária a comercialização de cota de patrocínio. Não há ;doação; ou solicitação de ;contribuição;, conforme noticiado", declarou o grupo. "Desde a sua fundação, em 2003, o Lide tem recebido inúmeras autoridades para debater questões importantes para a sociedade, incluindo os últimos três prefeitos da cidade "
Já a Prefeitura reafirmou que "a participação do prefeito não representaria qualquer ilegalidade, nem feriria a moralidade e a ética públicas". "Para evitar que haja qualquer tipo de interpretação distorcida sobre sua conduta, o prefeito de São Paulo, João Doria, decidiu declinar o convite para ministrar palestra durante almoço organizado pelo Lide", disse, em nota, a gestão.
"Tanto é que os últimos três prefeitos da cidade de São Paulo participaram de eventos semelhantes promovidos pelo Lide, que há 14 anos realiza almoços com a participação das mais diversas autoridades públicas e de centenas de líderes empresariais."
A Prefeitura declarou ainda que "o Lide, assim como fazem veículos de comunicação de prestígio e seriedade como Exame, Época Negócios, Folha, Estadão, Valor e O Globo, comercializam cotas de patrocínio de seus eventos empresariais". "E nada desqualifica os eventos nem seus organizadores e participantes por esta razão."