Brasil

Tentativa de homicídio em Itu reacende debate sobre feminicídio no Brasil

Caso trás um alerta sobre a frequente morte de mulheres causadas por ex-cônjuges, que não se conformam com o fim do relacionamento. O Correio , relembra alguns casos

Evelin Mendes*
postado em 30/01/2017 18:36
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A tentativa de homicídio da ex-mulher e do atual namorado da vítima em Itu, São Paulo, reacende o debate de casos de feminicídios no país. O caso trás um alerta, sobre a frequente morte de mulheres causadas por ex-cônjuges, que não se conformam com o fim do relacionamento. O Correio, relembra alguns casos.

CAMPINAS (SP) ; Sidnei Ramis de Araújo, 46 anos, matou o filho, a ex-mulher e mais 10 pessoas ; nove eram mulheres, que comemoravam o réveillon na casa de uma das vítimas na cidade do interior de São Paulo. Sidnei, pulou o muro da casa onde as vítimas celebravam a chegada do ano-novo e disparou contra os presentes. O último a ser assassinado foi o próprio filho do atirador, João Victor Filier de Araújo, de apenas 8 anos. Depois de disparar contra os convidados, Sidnei Ramis se matou. O crime, segundo a polícia civil, aconteceu porque ele não aceitava perder a guarda do filho.

PRAIA GRANDE (SP) ; Brena Pereira, 20 anos, foi outra vítima durante o réveillon. A jovem foi morta pelo namorado, depois de uma discussão durante a queima de fogos na virada do ano. Após a briga, Everson Lopes, 21, matou a companheira na casa dele, no bairro Vila Antártica, em Praia Grande, também interior paulista. Pouco tempo depois, o jovem confessou o crime na casa do padrasto, e fugiu. O familiar foi até a casa do rapaz e encontrou Brena morta, em cima de um colchão, com duas facadas no pescoço. O jovem suspeito de assassinar a namorada, foi encontrado morto três dias depois.
TRÊS CORAÇÕES (MG) ; Em dezembro do ano passado, a vigia Edvânia Nayara Ferreira Rezende, 23, foi agredida covardemente por Luiz Felipe Neder Silva, 34. A agressão contra a jovem aconteceu após Luiz Felipe, comerciante, casado com uma delegada de polícia, agredir a própria esposa dentro de um carro, com socos, tapas. Ele chegou a arrastar a mulher pelos cabelos. Diante da situação, a vigilante interferiu. Exaltado, Luiz Felipe questionou a atuação da profissional da segurança pública local e, após discussão, a agrediu com um tapa violento no rosto. Ela caiu e, logo em seguida, foi atingida por um chute no rosto, enquanto ainda estava no chão. As agressões cessaram após chegada de um segundo vigilante, que afirmava que chamaria a polícia. Mesmo depois das agressões contra as duas mulheres, Luiz ainda se envolveu em uma confusão com um motorista. A vítima levou um soco na boca e quebrou dois dentes.
caso trás um alerta, sobre a frequente morte de mulheres causadas por ex-cônjuges, que não se conformam com o fim do relacionamento. O <b> Correio </b>, relembra alguns casos
BRASÍLIA (DF) ; Em abril de 2016, a estudante de biologia da Universidade de Brasília (UnB) Louise Ribeiro foi assassinada por outro aluno da instituição, após ser dopada com clorofórmio. O crime aconteceu dentro do laboratório da própria universidade, segundo a Polícia Civil, responsável por toda a investigação. Vinícius Neres, 19 anos, confessou à polícia ter matado a jovem. O motivo do homicídio teria sido a recusa da menina em ter um relacionamento com ele. O corpo de Louise foi encontrado em uma área no Setor de Clubes Norte, próximo à UnB, após indicação do local por Neres. Amigos da jovem alertaram a polícia sobre o possível envolvimento de Vinícius com o crime, devido à suposta fixação que o estudante tinha por Louise.
No mesmo período da morte da estudante, outra jovem foi brutalmente assassinada no Distrito Federal. Jane Carla Fernandes, completaria 21 anos, mas foi baleada na testa e no peito, também pelo ex-namorado, Jhonatan Pereira Alves. De acordo com a investigação, ele não se conformava com o término do namoro. Após atirar contra Jane, ele cometeu suicídio. A jovem já havia registrado boletins de ocorrência contra o ex por agressão, na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM).

O feminicídio foi tipificado como crime hediondo em março de 2015, desde da data, até novembro de 2016, foram registrados 3.213 inquéritos de investigações de feminicídio no país.

*Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli

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