Agência Estado
postado em 31/01/2017 18:08
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (31/1), que os pichadores vão encontrar nele um adversário permanente. "Outros sucumbiram, não resistiram à pressão, eu resisto. Lugar de pichador, destruidor é na prisão", comentou durante evento promovido pelo Credit Suisse.
Doria afirmou que pichador é diferente de grafiteiro ou muralista, que merecem proteção e respeito. "Os pichadores vão ter um enfrentamento por quatro anos. Eu já disse, ou eles mudam de ocupação, viram grafiteiros, como o Kobra, os Gêmeos, ou mudam de cidade", afirmou.
Ele disse que já recebeu diversas ameaças de pichadores contra sua família, mas que isso só aumenta a sua determinação. O prefeito contou que a administração está de olho no casal de praticantes de rapel que pichou a Ponte Estaiada, na zona sul, e outros pontos da cidade. "Eles vão ver onde vão parar".
Falando para um público de investidores e empresários, Doria foi aplaudido de pé ao iniciar e encerrar seu discurso. A plateia também se manifestou quando ele criticou o PT. Ao lembrar que abriu mão do salário como prefeito, ele disse que não se trata de demagogia, mas de exemplo.
"Tem gente que não descobriu ainda que o Brasil não é mais vermelho, é verde e amarelo. É outra cor, outra bandeira", disse numa dessas ocasiões. Em outra, contou que recebeu um pedido da advogada Janaína Paschoal para reformar os banheiros do parque do Ibirapuera. "Eu não a conheço, mas tenho grande admiração, porque ela, junto com o Miguel Reale Júnior, tirou aquele mal que havia no Palácio do Planalto", contou em outro momento, se referindo ao impeachment de Dilma Rousseff.
Doria elogiou seu antecessor, Fernando Haddad (PT), dizendo que ele foi honesto. "E olha que ser honesto no PT não é fácil", emendou. O tucano voltou a garantir que não tem interesse em disputar a reeleição.
No discurso, o prefeito citou diversas ações que vem tomando desde que assumiu e lembrou as polêmicas que enfrentou, como o aumento da velocidade nas marginais. Ao contar das parcerias com a iniciativa privada, Doria cometeu uma gafe ao esquecer o nome do executivo da Honda no Brasil, para quem pediu uma doação de 20 motocicletas. "Eu liguei para o senhor Honda, o japonês que dirige a companhia aqui no Brasil, pedi e ele atendeu", contou.
Outro tópico foi o Corujão da Saúde, que segundo Doria sofreu críticas de todos os lados, mas ele conseguiu tirar do papel em pouco dias. "Hoje entreguei o exame 100 mil, no Sírio-Libanês. Os pobres estão sendo atendidos em hospitais de rico, sem nenhum centavo a mais além da tabela SUS", comemorou.
Ele também antecipou alguns anúncios que devem fazer nos próximos dias. Com a ajuda da Fiat, vai recuperar 102 veículos da CET que estavam sucateados. Além disso, amanhã começa a reforma dos banheiros do Ibirapuera, e em fevereiro serão reformados os abrigos municipais, que passarão a se chamar Espaço Vida. "Fiz uma reunião hoje com os três principais sindicatos da construção civil e conseguimos o apoio de 52 empresas", contou, ressaltando novamente que não haverá custo para a prefeitura.
O político também adiantou que os agentes de trânsito, conhecidos como "marronzinhos", terão o uniforme alterado em breve e devem passar a ser chamados de "amarelinhos".