Brasil

Eunício, presidente eleito do Senado, defende quebra de sigilo de delações

Em seu último discurso como presidente da Casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu a divulgação das delações da Odebrecht

Agência Estado
postado em 01/02/2017 21:33
O presidente eleito do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que a quebra de sigilo de delações premiadas deve ser discutida amplamente na Casa. "Não só de uma empresa, como de todas as delações", declarou. Em seu último discurso como presidente da Casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defendeu a divulgação das delações da Odebrecht.

Na última segunda-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, homologou as 77 delações da Odebrecht, mas manteve os depoimentos sob segredo de justiça. "Neste momento coube à presidente do STF tomar a decisão (...) O presidente de um poder vai sempre fazer o diálogo, mas não cabe opinar sobre decisão tomada pela Suprema Corte", disse Eunício.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) adiantou ontem que apresentará um projeto para quebrar o segredo de todas as delações, porém Eunício evitou opinar sobre a proposta. Renan e Jucá consideram que quebrar o sigilo dos depoimentos vai evitar o "vazamento seletivo" dos conteúdos. "Os projetos que forem apresentados serão submetidos ao plenário", comentou o novo presidente do Senado.

Sobre a relação com o Planalto e o presidente Michel Temer, que é seu correligionário, Eunício respondeu que vai manter um convívio de "independência entre os poderes, harmonia e diálogo" "Eu sempre disse que o diálogo não subordina um poder ao outro", destacou. "A pauta não será do presidente, e sim construída com líderes e minorias", completou Eunício.

Reformas
Eunício afirmou ainda que é preciso debater reformas com a sociedade, destacando a da previdência, tema prioritário para o governo Temer. "Sabemos que é essencial e mais do que necessária", afirmou. Ele também avaliou que há outras leis que estão obsoletas e precisam ser atualizadas, citando códigos da segurança pública e leis trabalhistas. "Tudo tem que ser debatido com patrões e empregados." (Julia Lindner e Isabela Bonfim)

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