Jornal Correio Braziliense

Brasil

Morre, aos 66 anos, ex-primeira dama Marisa Letícia

A morte encefálica da ex-primeira dama foi diagnosticada na quinta (2/2), após a realização de um exame doppler craniano



A ex-primeira dama estava internada na unidade desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico há 10 dias, na terça (24/1), causado pelo rompimento de um aneurisma diagnosticado há 10 anos.

Trajetória

Mais do que a mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, Marisa Letícia Rocco Casa é lembrada por amigos. ;Era uma mulher forte. Uma fortaleza que não se traduzia por palavras ou gestos. Aguentou as pontas quando Lula passou as maiores dificuldades, como quando foi preso. Ou econômicas, quando foi demitido;, disse o deputado federal Vicentinho (PT-SP), um dos fundadores do PT.

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Casada desde 1974 com Lula, de quem adotou o sobrenome, foi primeira-dama do Brasil entre 1; de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2010. Marisa nasceu em São Bernardo do Campo, em 7 de abril de 1950. Foi a décima filha de Regina Rocco Casa e de Antonio João Casa, casal de ascendência italiana, com origem na Lombardia. Marisa começou a trabalhar cedo. Aos 9 anos, cuidava de crianças. Aos 13, virou operária na fábrica de doces Dulcora. Com o pouco salário que recebia como embaladora de bombons, ajudava nas contas de casa.

Aos 19, parou de trabalhar, após se casar com o caminhoneiro Marcos Cláudio da Silva. Tornou-se viúva anos depois, quando estava grávida do primeiro filho, Marcos. O então marido dirigia o táxi do pai para tirar uma renda extra e acabou assassinado em uma tentativa de assalto. Após o incidente, voltou a trabalhar e se tornou inspetora de escola. Em abril de 1973, conheceu o também viúvo Lula, com quem se casou seis meses depois. O novo marido adotou oficialmente o primeiro filho e, junto, o casal teve outros três: Fábio Luiz, Sandro Luiz e Luiz Cláudio.

Marisa Letícia colaborou ativamente com a carreira política de Lula. Na criação do PT, foi ela a responsável por cadastrar os interessados em se filiar à sigla e por costurar a primeira bandeira do partido. Em 1980, quando Lula e outros sindicalistas foram presos, Marisa liderou uma marcha de mulheres para pedir a liberação do grupo.