Brasil

Número de mortos no ES sobe para 122; PMs estão parados há sete dias

Policiais civis também ameaçam começar greve caso o governo não apresente uma proposta para melhorar as condições de trabalho da categoria

Gabriela Vinhal
postado em 10/02/2017 12:57
Mulheres e familiares de policiais continuam acampadas na porta dos Batalhões da Polícia Militar
Sem policiamento nas ruas há sete dias, o número de homicídios no Espírito Santo subiu para 122 no início da tarde desta sexta-feira (10/2), segundo informações do Sindicato dos Políciais Civis do Estado (Sindipol). O governo e os familiares dos PMs que estão sitiados em frente aos quarteis da Grande Vitória se reuniram na última quinta (9/2) para tentar uma negociação. Contudo, não houve acordo e a paralisação continua.
As esposas dos policiais militares pediram um aumento de 43%, além de isenção total para os maridos. O movimento, idealizado por elas, teve início no último sábado (4/2). Apesar do encontro, o governo negou o reajuste salarial e não ofereceu outra proposta.

[SAIBAMAIS] A onda de violência que assusta os capixabas pode piorar se os policiais civis também anunciarem greve. Os agentes também fizeram uma uma assembleia na quinta, e decidiram dar um prazo de 14 dias para o governo do Estado apresentar proposta para melhorar as condições de trabalho da caregoria. Caso contrário, a promessa é de paralisação dos agentes. A decisão, porém, não é unânime.


Sem transporte coletivo

Alguns ônibus ainda circulavam pela Grande Vitória, mas foram rapidamente recolhidos às garagens. A determinação do Sindicato dos Rodoviários ocorreu após receberem a notícia de que o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari, Walace Belmiro Fernaziari, ser morto a tiros em Vila Velha, na Grande Vitória.

Para reforçar a segurança nas ruas, mais de 1.700 homens das Forças Armadas e Nacional foram convocados. Tropas militares já haviam sido enviadas na última segunda (6/2). De acordo com o Exército Brasileiro, serão 3 mil até o fim da semana.
A população ainda não se sente segura para sair às ruas e o comércio continua fechado. As escolas, as universidades e as unidades básicas de saúde permanecem com o serviço interrompido. Uma estudante de veterinária, que preferiu não ser identificada, contou que precisou da ajuda do pai para adquirir mantimentos. "Ele precisou se arriscar para trazer comida pra mim. Aqui tá tudo fechado e como já fui abordada algumas vezes, preferi ficar em casa", lamentou.

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