Agência France-Presse
postado em 15/02/2017 19:47
Procuradores-gerais de 15 países se reunirão na próxima quinta e sexta-feira (16 e 17/2), em Brasília, para coordenar as investigações da rede de subornos da Odebrecht.
A cúpula será liderada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que convocou seus pares após receber diversos pedidos de informação do caso que reverbera nos três continentes.
"É uma forma de responder a tantos pedidos de dados, em um caso que está sob sigilo", disse à AFP uma fonte que trabalha no encontro e pediu anonimado.
O esquema montado pela Odebrecht para subornar funcionários em troca de licitações e até de medidas parlamentares em seu benefício geraram para a empreiteira e sua filial petroquímica Braskem uma multa de US$ 4,5 bilhões, em um caso que atingiu os Judiciários de Brasil, Suíça e Estados Unidos.
O caso ultrapassou as fronteiras e se espalha pela América Latina como pavio de pólvora.
O Peru emitiu ordem de prisão contra o ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber milhões de dólares para favorecer a Odebrecht, e há denúncias contra o chefe de Inteligência argentina, Gustavo Arribas, e até contra o presidente colombiano, Juan Manuel Santos. Todos os mencionados negaram as acusações.
Uma fonte do Ministério Público Fiscal argentino, que pediu para não ser identificada, disse à AFP que a reunião servirá para "agilizar os mecanismos de cooperação entre os países, caso surja uma nova informação que ative investigações" e que já foi pedido "o envio de delações que envolvam Arribas".
Os países convidados são Antígua e Barbuda, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Portugal, Peru, República Dominicana e Venezuela.