Brasil

Polícia investiga quadrilha de roubo de cargas de alto valor em GO e no DF

Prejuízo causado por crimes é de R$ 30 milhões. Saqueadores roubavam cargas de caminhoneiros na estrada. Produtos eram vendidas como se fossem legais nos comércios goianos, com a participação de vários empresários

Jacqueline Saraiva
postado em 22/02/2017 07:45
Policiais estão nas ruas de várias cidades goianas e no Distrito Federal, nesta manhã de quarta-feira (22/2), em uma operação que investiga uma quadrilha especializada no roubo de cargas de alto valor. A ação, intitulada Hicsos, deve cumprir 82 mandados judiciais, em uma força-tarefa integrada pela Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar de Goiás (PMGO). De acordo com a investigação, o grupo é responsável por uma média de 25 roubos por mês. O prejuízo calculado até agora é estimado em R$ 30 milhões.

[SAIBAMAIS]Os 350 policiais que participam da Operação Hicsos cumprem 37 mandados de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor à força, e 31 de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Trindade, Bela Vista, Leopoldo de Bulhões, Alexânia, Morrinhos, Campos Belos. Haverá ações também no Distrito Federal.

Segundo a PF, o dinheiro roubado servia para abastecer outras atividades criminosas, como tráfico de drogas e armas e roubos a banco. A investigação indica que o esquema era financiado por empresários de inúmeros ramos do comércio, incluindo desde postos de combustíveis até supermercados e distribuidoras de alimentos e bebidas. Cerca de 50% do valor da carga era paga pelos financiadores aos criminosos. Os produtos era vendidos depois em estabelecimentos comerciais como se fosse mercadoria legal.

Audácia

Falsas barreiras eram montadas pelos criminosos para forçar a parada de caminhoneiros nas estradas. Segundo a investigação, os criminosos usavam coletes de fiscalização e veículos equipados com sineres e giroflexos, um aparelho com luzes usado por policiais nas viaturas. Assim que paravam os motoristas, eles faziam uma avaliação da carga e, quando identificavam produtos de alto valor comercial, anunciavam o assalto. As ações eram facilitadas com o uso de equipamentos de alta tecnologia que evitam o rastreamento dos veículos.

Os suspeitos devem responder à Justiça pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e receptação.

Saqueadores

O nome da operação é uma referência ao povo de origem asiática, que ocupou a região norte do Egito, bem próximo ao delta do Rio Nilo durante a décima segunda dinastia. Eles eram conhecidos, no mundo antigo, como saqueadores e ladrões.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação