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Jovem devolve celular perdido e pede emprego como recompensa

Pablo Júnior, de 17 anos, recusou a recompensa de R$ 200 por ter devolvido o celular do analista de redes, Nikolas Soares, ao invés disso pediu uma oportunidade de trabalho

Pablo Júnior Oliveira de Paula, de 17 anos, ficou famoso nas redes sociais depois de achar um celular avaliado em R$ 2.600 e devolvê-lo ao dono. O dono do aparelho, o analista de redes, Nikolas Soares Valério, tentou oferecer uma recompensa de R$ 200 a Pablo, mas ao invés disso, o garoto lhe pediu um emprego. Surpreso com a atitude do adolescente, Nikolas publicou a história junto com o currículo de Pablo em sua página na internet. Em dois dias, o adolescente já atendeu a dezenas de empresas que querem oferecer a ele uma oportunidade de trabalho.

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Pablo contou ao Correio que encontrou o aparelho no sábado, na porta de uma festa, em Goiânia. Ele estava com um amigo, que precisava entregar o dinheiro do caixa do dia para uma ex-patroa que estava no evento. Ao chegar no estacionamento, encontrou o aparelho, viu uma notificação do aplicativo Uber e imaginou que o dono teria deixado o celular cair ao ir embora do local.

[SAIBAMAIS];Eu esperei tela ficar bloqueada e liguei para o dono do celular perguntando como poderia fazer para entregar o aparelho. Ele me disse que estava viajando, mas que iria na minha casa buscar na segunda-feira;, diz. Chegado o dia combinado, Nikolas foi à casa de Pablo e ofereceu uma recompensa de R$ 200 como forma de agradecimento, mas o adolescente mostrou o seu currículo e disse que precisava de um emprego.

A história foi publicada no Facebook do analista de redes e em pouco tempo teve mais de 9,5 mil curtidas e 2 mil compartilhamentos na rede. Depois do post feito por Nikolas, Pablo conta que já recebeu a mais de 30 propostas de emprego e passou os últimos dois dias fazendo entrevistas. Ele ele sonha em ir muito mais longe: quer terminar o ensino fundamental e cursar a faculdade de Direito.

Não é a primeira vez que Pablo devolve algo que achou. Para ele, achar e devolver algo que não lhe pertence é uma atitude natural. ;Minha atitude foi normal, eu não pensei em ficar com o celular, meu primeiro pensamento foi devolver. Se você acha uma coisa que não é sua, faça o certo, procure o dono;, conta. Apesar disso, ele se diz feliz com a repercussão da história. ;Foi muito bom, por que pra quem estava desempregado desde dezembro, agora posso até escolher onde vou trabalhar;, comemora.

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Pablo mora com a mãe e outros três irmãos no bairro Jardim Luz, em Goiânia. E desde que o pai morreu, há sete anos, ele ajuda a pagar as contas da família. ;Agora, vou fazer as entrevistas e conseguir um bom emprego em uma boa empresa. Vou ajudar minha mãe e quero voltar a estudar para no futuro ser alguém na vida;.

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