Brasil

Zoo de Brasília tem visita guiada que mostra gravidade da crise hídrica

Objetivo é conscientizar a garotada; passeios desta quarta-feira, Dia Mundial da Água, serão realizados em quatro horários

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 22/03/2017 06:00

Durante as visitas guiadas no Dia Mundial das Árvores, os alunos plantam árvores no Zoo

Entre risadas e brincadeiras, o grupo de crianças que participou das comemorações que o Jardim Zoológico de Brasília promove durante o Dia Mundial da Árvore (21/03) o Dia Mundial da Água, celebrado nesta quarta-feira (22/3), mostrou saber e entender os problemas de abastecimento enfrentados pelo Distrito Federal. ;Isso é porque jogamos papel de balinha no chão;, chutou um dos garotos, quando o assunto crise hídrica chegou. Outra criança, já mais velha, afirma que a culpa é das gerações passadas, que não cuidaram tanto dos recursos hídricos, mas afirma que a garotada não vai deixar o problema continuar. ;Adulto não presta atenção nessas coisas, não, lá em casa eu que fico brigando com a minha mãe quando ela desperdiça água;, afirmou Ana Carolina Farias, de 9 anos.


Moradora da Asa Sul, a família de Ana Carolina enfrenta o rodízio de água há quase um mês. A garota conta que tem seus modos especiais de economizar. ;Eu não molho minha escova antes de limpar os dentes, não economiza muito, mas, se cada um fizer a sua parte já ajuda muito;, conta. A mãe, Cláudia Farias, 40, confirma que a filha é empenhada em ajudar o meio ambiente e que é apaixonada por visitar os animais no Zoológico. ;Ela sempre pede para vir aqui, o bichinho favorito dela é o lobo guará. Em casa, um dia antes do corte de água, ela que sai enchendo as garrafas para não ficarmos desabastecidos;, relata.


Ana Carolina: Segundo o agente de educação e lazer do Zoológico Vinícius Macedo, a geração de Ana realmente está prestando mais atenção aos assuntos relacionados ao meio ambiente. ;Os adultos tendem a achar que não precisam poupar. Que a economia feita em casa é pequena e irrisória. Já as crianças não, elas acreditam que cada um fazendo um pouquinho resolve o problema;, explica.


Durante as visitas guiadas, o monitor leva os visitantes os recintos dos animais do cerrado, fazendo uma ligação com a vegetação típica e a problemática da água vivida no DF. Segundo Vinícius, devido ao cenário atual, as crianças e jovens demonstram interesse. ;Como o tema está agora em todo canto, grande parte dos grupos está ficando por perto, prestando atenção e tirando dúvidas. Claro que existem aqueles que ficam mais dispersos, brincando no fundo, mas, no geral, dá para dizer que essa geração está mais preocupada com a natureza, sim;, garante.

Na casa da família Rufino, as irmãs Ana Clara, 6, Beatriz, 5, e Cecilia, 2, ainda estão começando a entender os problemas com a água, mas o pai, Mário, 33, adianta que explicar para as crianças a situação é sempre importante. ;Eu converso com elas e conto por que estamos ficando sem água alguns dias, aí elas costumam entender e não gastam tanto;, relata. A filha mais velha, Ana Clara, fica assustada quando a água acaba e diz ter medo que não volte. ;Se ficasse sem água no mundo, eu sentiria falta de tomar banho de piscina;, afirma a garota.


Já Maria Eduarda Freitas, 9 anos, moradora do Riacho Fundo II, pensa no futuro e relata não saber como tomará banho quando for mais velha. ;Quando falta água eu tomo banho de bacia, mas, se eu for grande, não vai ter como eu ficar dentro;, conta envergonhada. O irmão de Maria, Carlos Eduardo Freitas, 7, diz saber a solução. ;Eu acho que é só guardar água, né? Se colocar na garrafa o que vem da chuva dá para beber por muito tempo;, sugere.

Quadro com informações sobre como participar da visitação ao zoológico

* Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação