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Adultos e adolescentes devem ter mais atenção à caderneta de vacinação

Alerta é de especialistas; grupo deixa de tomar doses importantes para a prevenção de doenças como a caxumba

Otávio Augusto - Enviado especial
postado em 23/03/2017 14:19
São Paulo - O Calendário Nacional de Vacinação para o próximo ano passou por modificações. Seis imunizações tiveram a cobertura ampliada. Especialistas são taxativos ao recomendarem reformulações no cronograma para lidar com novas doenças infectocontagiosas ou em relação às que ressurgem, mas destacam que a população, sobretudo de adultos e adolescentes, deve manter atualizada as cadernetas.

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O brasileiro prioriza a imunização infantil, mas se esquece daquelas destinadas aos adolescentes e adultos. Conquistar esse público é o maior desafio para os próximos anos, segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Isabela Ballalai. "Tem idoso brigando para receber a vacina, mesmo sendo das reações adversas. Já os adolescentes, não se vacinam contra o HPV, por exemplo. Um está com medo o outro despreza o risco da doença. Muitas vezes os dois estão com a vacina do tétano atrasada, que é rotineira, atrasada", diz.

Os médicos defendem a ampliação do calendário vacinal, anunciada no início do mês. As mudanças vão custar R$ 3,9 bilhões aos cofre públicos. A erradicação da rubéola e do sarampo é a principal conquista do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, implantado há 44 anos. São 19 vacinas disponíveis nos postos de saúde. Por ano, são disponibilizados pela rede pública de saúde 300 milhões de doses de imunobiológicos para combater mais de 20 doenças no Brasil.

Os avanços e as atualizações na imunização trazem certo conforto, mas o essencial é manter a caderneta atualizada. A epidemia de gripe H1N1, que no ano passado ocorreu de maneira antecipada, evidencia isso. "Temos de estar atentos, pois podemos ser surpreendidos. O Ministério da Saúde compreendeu a lição e adiantou a campanha este ano", pondera Isabela. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Carla Magda Domingues, prevê dificuldades na campanha deste ano. "Não está havendo mortes, por isso vai ser uma briga para atrair as pessoas."

Paraná disponibiliza vacina contra a dengue


A dengue também encorpa a discussão. A arbovirose ganhou uma vacina no fim do ano passado e está disponível na rede particular para pessoas que têm entre nove e 45 anos. O governo do Paraná comprou o insumo e está disponibilizando para a população. O Ministério da Saúde acompanha a situação e pondera que futuramente pode disponibilizar doses, mas não há prazo.

A pesquisadora do Instituto Evandro Chagas (IEC), Consuelo Silva de Oliveira, defende mais estudos. Ela destaca que o imunobiológico deve ser seguro para crianças e adultos, proteger contra os quatro tipos de dengue, sendo que as pessoas que já se infectaram possam receber doses e que as reações adversas sejam mínimas.

Veja as alterações no calendário vacinal

Hepatite A
Passa a ser disponibilizada para crianças até 5 anos. Antes, a idade máxima era 2 anos.

Tetra viral (Sarampo, caxumba, rubéola e catapora)
Crianças passam a receber doses a partir entre 15 meses e 4 anos. Antes, a aplicação era feita entre 15 meses e menores de 2 anos.

Tríplice viral (Sarampo, caxumba, rubéola)
A população entre 20 e 29 anos passa a receber a segunda dose. Antes, ocorria até 19 anos. Para adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose.

HPV
A partir de 2017, será ofertada também para meninos entre 12 e 13 anos. Desde 2014, a dose é oferecida a meninas de 9 a 13 anos. Este ano, a vacina será oferecida também a portadores de HIV entre 9 e 26 anos, transplantados e pacientes oncológicos.

Meningocócica C (Meningite)
Passa a ser disponibilizada para adolescentes de 12 e 13 anos. A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de 9 a 13 anos. O esquema vacinal será de um reforço ou uma dose única, conforme situação vacinal.

DTPA adulto (Difteria, tétano e coqueluche)
Passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20; semana. As mulheres que não se imunizaram durante a gravidez devem receber a dose até 40 dias após o parto.

*O repórter viajou a convite da SBIM.

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