Brasil

Seminário no Correio vai discutir desafios para o uso consciente da água

Serão debatidas questões relacionadas à segurança hídrica, alterações climáticas, saneamento básico e saúde, além de temas que deverão ser pauta no 8º Fórum Mundial da Água

Michelle Horovits - especial para o Correio, Christiana Suppa - Especial para o Correio
postado em 06/04/2017 09:38
Barragem do Descoberto: DF enfrenta a maior crise hídrica da história
Em meio à maior crise hídrica da sua história, Brasília será anfitriã, em março de 2018, do 8; Fórum Mundial da Água. O Correio Braziliense antecipa os preparativos para o evento e promove, em 11 de abril, um seminário para discutir os desafios do uso consciente da água no país. Serão debatidas questões relacionadas à segurança hídrica, alterações climáticas, saneamento básico e saúde, além de temas que deverão ser pauta no evento do ano que vem.

Ponto de encontro entre várias nações, os preparativos para o Fórum Mundial da Água começaram em 2012, na França, continuaram na Coreia, em 2015, e agora chegam ao Brasil. O evento contará com a presença dos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e da Integração Nacional, Hélder Barbalho, além de representantes de setores-chave para a gestão de recursos hídricos do país.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) defende a realização do evento. ;É uma excelente oportunidade para elevar o debate sobre o tema da água e também para o Brasil reafirmar seu papel de protagonista na agenda internacional em assuntos relacionados ao meio ambiente e gestão de recursos hídricos, área em que o Brasil é reconhecido pela sua relevância;, disse, por meio de nota, a assessoria de imprensa do ministério.

Atualmente, em todo o Brasil, já são 653 as cidades com reconhecimento federal de situação de emergência causada por um longo período de estiagem, de acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). A previsão da Organização das Nações Unidas (ONU) é que, até 2030, a demanda por água no mundo deve aumentar em 50%. Ao mesmo tempo, mais de 80% do esgoto produzido pelas pessoas volta à natureza sem ser tratado. Com dados tão alarmantes, uma das palestrantes do seminário, PhD do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, Conceição Alves, acredita que a realização do Fórum em Brasília é uma oportunidade única para refletir sobre os diversos problemas no uso da água que estão ocorrendo no país e no mundo. ;É um debate global com todos os setores envolvidos;, argumenta.

Berço das Águas

O Distrito Federal, ao longo dos anos, vem sofrendo os efeitos das mudanças climáticas e da degradação do meio ambiente, consequências do desmatamento predatório da vegetação típica do Cerrado, de captações clandestinas de água, das ocupações irregulares que ocasionaram a impermeabilização do solo e o assoreamento de mananciais e nascentes.

;É um debate global com todos os setores envolvidos;
Conceição Alves, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB

O Cerrado abriga boa parte das bacias hidrográficas do país, fundamentais para o escoamento das águas para outras regiões. Segundo a ONG Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza (WWF Brasil), nove em cada 10 brasileiros consomem eletricidade gerada por águas do Cerrado, ressaltando que a Hidrelétrica de Itaipu não existiria sem as nascentes do Planalto Central. Assim, mais do que um importante conjunto de recursos hídricos, esse domínio também garante boa parte do potencial hidrelétrico do país.

De acordo com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), em Brasília existem 33 nascentes em Águas Emendadas e 200 em áreas privadas. Segundo o diretor presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, além das discussões sobre a questão hídrica, o fórum é uma excelente oportunidade de movimentar a economia do DF. ;O último evento reuniu 40 mil pessoas. Trata-se de um importante encontro em que muitos acordos são fechados;, afirma.
Serão debatidas questões relacionadas à segurança hídrica, alterações climáticas, saneamento básico e saúde, além de temas que deverão ser pauta no 8º Fórum Mundial da Água


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