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Justiça manda soltar PMs acusados de matar homens caídos no chão

Um dos policiais, o cabo Dias, foi identificado como autor de pelo menos um dos disparos que atingiram a estudante Maria Eduarda Alves, de 13 anos

Agência Estado
postado em 19/04/2017 19:42
A Justiça do Rio mandou soltar nesta quarta-feira (19/6) o cabo Fábio de Barros Dias e o sargento David Gomes Centeno. Eles estavam presos pela morte de dois suspeitos em Acari, na zona norte do Rio, em 30 de março. A decisão do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3; Vara Criminal do Rio, veio no mesmo despacho em que o magistrado transformou os dois policiais em réus por homicídio doloso (intencional). Assim, os PMs aguardarão o julgamento em liberdade.

O juiz acatou pedido do Ministério Público (MP) que, na segunda-feira (17/4) denunciou os policiais por homicídio doloso. Eles foram filmados perto da Escola Jornalista e Escritor Daniel Piza atirando em dois suspeitos que já estavam no chão, baleados e feridos. Na denúncia, contudo, o MP considera que os policiais trabalham em "situação de guerra".

Um dos policiais, o cabo Dias, foi identificado como autor de pelo menos um dos disparos que atingiram a estudante Maria Eduarda Alves, de 13 anos. Durante uma aula de educação física, a menina foi atingida por vários tiros e morreu. Uma perícia constatou que um dos projéteis no corpo da vítima saiu de uma arma que estava com o policial. O caso ainda está sob investigação.

Os PMs alegaram que dispararam por se sentirem ameaçados pelos dois homens que estavam no chão. Ao lado dos corpos, segundo a Polícia, foram achadas armas. Não é possível, porém, ver nas imagens nada que sugira uma reação dos suspeitos baleados.

Decisão

O magistrado, contudo, impôs restrições aos dois policiais. "Entendo necessária a presença mensal dos acusados em Juízo para controlar suas atividades e condutas durante a fase instrutória. Há, também, imperiosa necessidade, neste período, dos acusados manterem-se afastados de locais públicos, festas, bares e outras atividades sociais aonde venha ocorrer aglomeração de pessoas", determinou Teixeira.

Dias e Centeno também não poderão manter contato com testemunhas e parentes das vítimas, tampouco se afastar da cidade do Rio. Eles voltarão ao trabalho, mas não poderão realizar policiamento nas ruas, tampouco atuar na área do 41; BPM, onde estavam lotados. Além disso, devem estar em casa antes das 22h.

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