Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 28/04/2017 18:37
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As paralisações desta sexta-feira (28/4) mobilizaram diferentes setores da economia ao longo do dia em todas as capitais do país. Para as centrais sindicais, a greve geral, considearda uma das maiores até hoje, foi bem-sucedida. A secretária de Relações do Trabalho do diretório nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa, afirma que Brasília foi a cidade com o maior número de categorias paradas, totalizando mais de 50 na paralisação total ou parcial de seus serviços. No Ceará, 75 municípios realizaram atos públicos e 54 decretaram ponto facultativo. Para a secretária, a greve conseguiu mostrar a força sindical de diversas categorias.
"Em diversos estados tivemos grande apoio das prefeituras, que decretaram ponto facultativo. Os prefeitos estão sentindo que a reforma da Previdência vai ter um impacto muito grande na arrecadação dos municípios. Conseguimos levar essa reflexão para a população;, afirma Graça. Para ela, a população compreende que as reformas vão impactar na vida de todos, tanto de quem já está no mercado, quanto de quem entra nele no futuro.
;Com a reforma da previdência e na trabalhista o impacto no emprego é muito grande. Se nos tivermos essa nova modalidade de contrato de trabalho intermitente, temporário, parcial, qual trabalhador vai conseguir somar 40 anos (de contribuição) para se aposentar? A população está ciente;, destaca a secretária.
Há, ainda, protestos marcados para o feriado de 1; de maio, Dia do Trabalhador. A ideia dos sindicatos é que as tradicionais manifestações aconteçam por todo o país. Graça Costa lembra que o mais importante da movimentação de hoje foi mostrar que a proposta apresentada pode ser revista. ;Perdemos uma batalha, a da votação dessa semana, mas podemos vencer no Senado Federal. Nós temos um tempo para nos movimentarmos até que a reforma da Previdência seja votada;. A votação está prevista para 3 de maio.
Enquanto isso, os metalúrgicos pararam 70% de sua força de base nesta sexta, totalizando cerca de 800 mil metalúrgicos. Para Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical, a movimentação teve um saldo muito positivo e mostra que as categorias têm força. "Começamos a nos movimentar desde as 2h da manhã. Fomos em garagens de trem, ônibus, metrô e não vimos nenhuma resistência dos trabalhadores e da população. Tivemos apoio e muita gente que nos disse que a causa era justa;, afirma. Torres destaca que o sindicato já prepara as atividades para a próxima semana e a ideia é alertar a população de que a reforma é ruim para o futuro do país. ;Nós não podemos admitir isso;.