Brasil

Jovem agredido por PM durante a greve geral está consciente em hospital

Mateus Ferreira da Silva segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo)

Gabriela Vinhal
postado em 03/05/2017 19:55
Mateus Ferreira da Silva deu entrada na última sexta-feira (28/4) no hospital, após ter sido agredido com um cassetete por um policial
Com sedação leve, o estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, agredido por um policial durante as manifestações da greve geral, está consciente e começou a despertar nesta quarta-feira (3/5), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo boletim médico, o ele "evolui com melhora clínica, está estável na parte respiratória e com pressão normal". Contudo, o estado de saúde dele ainda é grave.

Os médicos informaram ainda que não há previsão para novas cirurgias. O paciente foi transferido da UTI 3 Neurológica do Hugo para a UTI 2, local onde poderá ser acompanhado diariamente, durante 12 horas, por dois familiares. Mateus tem baixo risco de morte, está respirando por aparelhos e entubado. Ele deu entrada na última sexta-feira (28/4), após ter sido agredido com um cassetete por um policial durante manifestação da greve geral, em Goiânia.

[SAIBAMAIS]O capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto, subcomandante da 37; Companhia Independente, ligada ao Comando do Policiamento de Goiânia, foi afastado pela Polícia Militar de Goiás, e deve se dedicar a atividades administrativas. A punição dura 30 dias, período em que será conduzido o inquérito da Policia Militar sobre o caso. O prazo para a investigação ainda pode ser prorrogado por mais 15 dias, e depois o processo será encaminhado à Justiça.
No protesto do dia 28, a repressão teve início após a dispersão dos organizadores e a permanência de um grupo de jovens estudantes, a maioria deles mascarados. Durante a manifestação, vidraças de ao menos um banco foram quebradas no centro de Goiânia.
Não há imagens que liguem o estudante aos atos de vandalismo. Silva aparece apenas correndo no meio da multidão quando o militar corta o seu caminho e desfere o golpe. A pancada que o capitão desferiu contra o rapaz foi tão forte que arrancou a capa de borracha que encobre o cassetete. Além desse episódio, circulam nas redes sociais imagens de quatro PMs batendo em uma jovem caída no chão. O próprio capitão é flagrado empurrando manifestantes.
A reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde Silva estuda, condenou "atos de repressão contra o direito à livre manifestação". O Ministério Público goiano informou que vai acompanhar todas as investigações para individualizar eventuais desvios de conduta.

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