Maiza Santos*
postado em 23/05/2017 19:28
O ataque a uma unidade do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que resultou na fuga de 32 detentos, em São Luís, Maranhão, na noite de domingo (22/5) foi um resgate destinado a sete presos, integrantes de uma quadrilha interestadual de assalto a banco. Os demais aproveitaram a oportunidade para escapar. Três morreram, nove foram recapturados e 20 seguem foragidos. A polícia não encontrou nem um dos sete alvos da ação criminosa e acredita que eles já deixaram o estado.
Em nota, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que as buscas seguem nos estados vizinhos. ;Foi uma ação rápida e a ordem do Governo do Estado é recapturar e identificar todos os autores do crime. Já foi aberto um inquérito na Superintendência de Investigações Criminais (Seic) e pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO). Além disso, estamos fazendo um trabalho integrado com os estados vizinhos, que já estão todos avisados;, detalhou Portela.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) também abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades dos envolvidos. Além dos presos, serão ouvidos os servidores que estavam de plantão no dia da fuga. A suspeita de facilitação da fuga será investigada. ;As circunstâncias não combinam com nossos procedimentos padrões de rotina, dentre os quais a inspeção de grades, justamente para verificar se estão ou não violadas. O caso será apurado, e os responsáveis punidos no rigor da lei;, garantiu o secretário da Seap, Murilo Andrade de Oliveira.
Parte do muro da unidade prisional foi explodido pelo lado de fora e dois detentos, de duas celas do Pavilhão Gama, serraram as grades e conseguiram passar pelo buraco causado pela explosão. Houve troca de tiros entre os criminosos que arquitetaram a ação e agentes penitenciários, resultando na morte de dois presos. Um deles morreu no local e outro no hospital.
Pedrinhas tem um passado recente marcado por fugas, decapitações, mortes e até denúncias de canibalismo. Nos últimos anos, no entanto, o complexo passou por uma série de mudanças, entre elas, a mudança de nome. Hoje é conhecido como Complexo Penitenciário São Luís. Foi inaugurada uma portaria unificada equipada com esteiras, pórticos, outros detectores de metal e escâner corporal. A UPSL 6, unidade onde aconteceu a fuga, é a única separada das demais no complexo e por isso não está equipada com essa tecnologia.
O governo do estado ressaltou que ;nos últimos dois anos, investiu forte na segurança e na revitalização do complexo e conseguiu zerar o número de homicídios intramuros, tirando o Maranhão do topo para último no ranking que mede a taxa de violência nos presídios do país;.
*Estagiária sob supervisão de Leonardo Cavalcanti