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Cresce taxa de assassinatos de mulheres negras no país, aponta Ipea

Índice de homicídios de mulheres negras cresceu 22% entre 2005 e 2015, enquanto a taxa caiu nos demais grupos étnicos


O número %u200Bde mulheres negras assassinadas no Brasil aumentou e ficou acima da média observada na população feminina em geral no período de 2005 a 2015, segundo levantamento do Atlas da Violência 2017, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (5/6).
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Enquanto a mortalidade por homicídio de mulheres não negras (brancas, indígenas e amarelas) caiu 7,4% no período analisado (passando para 3,1 mortes para cada 100 mil mulheres), a mortalidade de mulheres negras teve um aumento de 22%, chegando à taxa de 5,2 mortes para cada 100 mil. Esse é um número que está acima da média nacional de mulheres assassinadas, que é de 4,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Outro dado também traz alerta sobre a vulnerabilidade desse grupo: o índice de negras que já foram vítimas de agressão subiu de 54,8% para 65,3% entre 2005 e 2015.

De acordo com o estudo, essa realidade se deve à combinação de desigualdade de gênero e racismo, características marcantes da sociedade brasileira que têm ganhado centralidade nas discussões sobre violência no país.
Diferenças por estado
Ainda de acordo com o mapa elaborado pelo Ipea, as maiores taxas de mortalidade de mulheres negras foram registradas no Espírito Santo (9,2), Goiás (8,7), Mato Grosso (8,4) e Rondônia (8,2). Das 27 unidades da Federação, apenas sete tiveram redução na taxa de morte de mulheres negras por homicídio entre 2005 e 2015: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Amapá, Roraima e Mato Grosso do Sul.