Agência Estado
postado em 19/06/2017 18:39
A jovem de 17 anos que foi acorrentada pela mãe para impedir que usasse crack estava foragida desde sábado (17/6) da instituição em que havia sido abrigada pelo Conselho Tutelar de Sorocaba, no interior de São Paulo. Ela foi encontrada nesta segunda-feira (19/6) pela mãe, a auxiliar de cozinha Solange Bueno dos Santos, de 43 anos, em uma "minicracolândia" da cidade. A garota tinha consumido crack e se prostituído para conseguir a droga. No fim da tarde, o Conselho Tutelar conseguiu uma ordem judicial para a internação involuntária da jovem.
A adolescente tinha sido levada para uma instituição que atende crianças em risco depois que a Guarda Civil Municipal a resgatou de sua casa, no bairro Nova Esperança, onde era mantida acorrentada pela mãe, ao pé de um guarda-roupa, havia 43 dias.
Os guardas foram à residência na companhia de conselheiros tutelares, depois de receberem uma denúncia anônima. Foi necessário romper o cadeado da corrente com um alicate para soltar a garota, que aparentava desnutrição. A mãe contou que decidiu prender a filha para evitar que fosse morta, pois devia dinheiro para traficantes e tinha sido ameaçada. Ela alegou ter procurado ajuda para tratamento, mas não conseguiu apoio.
A mulher, que vai responder a processo por maus tratos, soube que a filha tinha fugido do abrigo por uma vizinha, que viu a garota na "minicracolândia". A mãe foi até o local e não achou a menina, mas decidiu dar buscas pela cidade. Somente nesta segunda-feira, Solange encontrou a filha em outro ponto coletivo de consumo de drogas.
Com a ajuda de um vizinho, conseguiu colocar a jovem em um carro e a levou ao Conselho Tutelar. Com a autorização dada pela Justiça, a garota será internada em uma clínica estadual para reabilitação de dependentes químicos, ligada ao Hospital das Clínicas de Botucatu.
O vereador Rodrigo Manga (DEM), que auxiliou a mãe na busca pela garota, vai propor a criação de uma secretaria especial para tratamento de dependentes químicos, em Sorocaba. Levantamento feito pela Câmara indicou a existência de 40 "minicracolândias" na cidade. A prefeitura informou, em nota, que o Conselho Tutelar acompanha o caso da jovem e que ela "está sob atenção de uma equipe multidisciplinar que deve garantir condições para seu atendimento e plena recuperação".