Agência Estado
postado em 22/06/2017 19:36
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estuprar pacientes em sua clínica de reprodução humana, está usando tornozeleira eletrônica desde a manhã desta quinta-feira (22/6). O uso do equipamento foi determinado pela juíza Sueli Zeirak de Oliveira Armani, após conceder o benefício da prisão domiciliar ao detento, em razão da saúde debilitada. A transferência do paciente do Hospital São Lucas, em Taubaté, onde ele está internado desde o dia 18 de maio, para tratamento domiciliar, ainda depende de autorização médica.
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a tornozeleira foi instalada por volta das 10h15, no próprio hospital. Também foi retirada a escolta destacada para a vigilância do condenado. "Ressalvamos que, por decisão judicial, o preso foi beneficiado com prisão domiciliar em conjunto com monitoramento eletrônico, o que foi devidamente atendido pela pasta", informou a SAP em nota.
Abdelmassih está acometido de broncopneumonia e os médicos devem decidir na sexta-feira (23/6) sobre a transferência para outro hospital ou para tratamento em casa. A assessoria do hospital não deu informações sobre o estado de saúde do ex-médico.
A decisão da juíza da Vara de Execuções Criminais levou em conta a saúde debilitada do paciente, que necessitaria de cuidados ininterruptos, e a falta de condições da penitenciária de Tremembé e do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário para atender Abdelmassih.
Na decisão, a juíza determina que o cumprimento domiciliar da pena se dará até que o quadro clínico apresente estabilidade e permita seu retorno à unidade prisional. Ele também volta à prisão se a penitenciária passar a reunir condições de prestar a assistência de que necessita. A juíza determinou a emissão periódica de relatórios médicos sobre a situação do preso à Justiça. A defesa do ex-médico informou que não ser manifestaria sobre a decisão judicial.
Abdelmassih cumpre pena desde 2014, quando voltou ao Brasil após ser capturado em Assunção, no Paraguai, para onde havia fugido. Em 2010, ele foi condenado a 278 anos de prisão pelos estupros de pacientes cometidos entre 1995 e 2008, mas conseguiu o direito de recorrer em liberdade por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. No ano seguinte, o médico teve seu registro profissional cassado. Sua pena foi reduzida para 181 anos de reclusão em 2014.