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Grupo sequestrava familiares de funcionários para roubar cofres da Caixa

Operação da Polícia Federal cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em São Paulo. Vítimas eram mantidas em cárcere privado, vestidas com coletes amarrados com explosivos para forçar funcionários da Caixa a abrir cofres dos bancos

Jacqueline Saraiva
postado em 30/06/2017 08:01
Grande quantidade de armamento foi apreendido pela polícia na ação
Um esquema ousado de extorsão mediante sequestro é investigado pela Polícia Federal (PF) em São Paulo. A Operação Grajaú busca, nesta sexta-feira (30/6), os responsáveis por uma organização criminosa que se especializou em sequestrar familiares de funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) na Grande São Paulo para depois forçá-los a abrirem os cofres e entregar os conteúdos deles aos criminosos. No total, devem ser cumpridos 8 mandados de prisão temporária e 9 de busca e apreensão. Até por volta das 7h40 de hoje, sete pessoas já haviam sido presas.

Explosivos foram apreendidosA investigação foi iniciada em outubro do ano passado, após o sequestro de familiares do tesoureiro de uma agência localizada na Zona Sul de São Paulo. "As vítimas foram mantidas em cárcere privado, vestidas com coletes amarrados com explosivos para coagi-lo", disse a PF em nota. Em novembro do mesmo ano, houve um segundo sequestro com as mesmas características. "Em ambos os casos, os cativeiros se encontravam na mesma região do Grajaú. Devido às similaridades nas ações, os fatos foram investigados em conjunto", explicou a PF.

A investigação aponta que a organização criminosa é uma ramificação da quadrilha responsável por um terceiro sequestro nos mesmos moldes, ocorrido em outubro de 2015. No inquérito policial que apurou este último, três dos integrantes da quadrilha foram identificados.

Momentos de terror

A comunicação entre os bandidos e as vítimas era feita por meio do Whatsapp. A polícia detalha que até fotos das pessoas sequestradas eram enviadas para os funcionários para aterrorizá-los. Nos três sequestros praticados, os criminosos utilizavam pelo menos quatro fuzis, pistolas e coletes com explosivos nas vítimas como forma de coação para a entrega do dinheiro exigido.

[SAIBAMAIS]Um dos suspeitos estava sendo monitorado pela polícia. Ele foi preso em flagrante com mais sete pessoas no domingo (25/6). Com eles foram encontrados um carro blindado e grande quantidade de armamento e munição, material que já foi apreendido pela PF. Segundo a Operação Grajaú, esses objetos seriam usados em mais uma ação criminosa planejada pelos integrantes do grupo. Os criminosos se preparavam para assaltar uma agência bancária, numa ação que contou com o apoio da Polícia Militar de São Paulo. "O mandado de prisão contra ele será cumprido no local onde se encontra custodiado", ressaltou a PF.

Os investigados responderão pelos crimes de extorsão mediante sequestro, com penas de 12 a 20 anos de prisão, por haver vítima menor de idade. Por se tratar de crime hediondo, a prisão temporária tem prazo de 30 dias, prorrogável por igual período. Os mandados foram expedidos, a pedido da PF, pela 9; Vara Federal Criminal de São Paulo.

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