Agência Estado
postado em 28/07/2017 10:49
Agredida pelo ex-namorado em 2013, a ativista Bárbara Penna, de 23 anos, que luta contra a violência doméstica, hoje é símbolo de força e vontade de viver. Ela fundou um instituto de proteção às mulheres e tem uma filha, de 1 ano e 3 meses, depois de perder um casal de filhos, mortos pelo ex-companheiro.
A jovem, de Porto Alegre, foi espancada, queimada e jogada pela janela de seu apartamento após discussão com o ex, João Moojen Neto, em 7 de novembro de 2013. Neto ainda matou seus dois filhos, uma menina de 2 anos e um menino de apenas 3 meses. Ele foi preso.
Com 40% do corpo queimado, Bárbara teve de passar por cerca de 230 cirurgias plásticas, além de sessões de fisioterapia e tratamento psiquiátrico. Agora, virou mais uma página. Encontrou um novo companheiro, fundou o Instituto Bárbara Penna e teve uma filha, hoje com um 1 e 3 meses.
Ela disse que, desde a época em que estava hospitalizada, já pensava em criar uma ONG para combater a violência doméstica e o feminicídio. "Eu queria lutar pela justiça dos meus dois filhos que perdi, por mim e pela morte do meu vizinho", revelou a jovem Mário Ênio Pagliarini, de 76 anos, morava no mesmo condomínio e morreu após inalar fumaça do incêndio.
"O objetivo de criar este instituto é dar apoio às mulheres vítimas da violência, apoio que nunca tive. Acredito que é possível mudar a realidade das vítimas de agressões por meio da conscientização. Não basta somente conversar e discutir o tema. É preciso ação e que as denúncias sejam feitas, anônimas ou não", disse Bárbara.