O diagnóstico se deu quando o câncer estava muito profundo na pele do coordenador pedagógico: havia evoluído para a forma de quatro nódulos internos na virilha e já estava no sistema linfático. O tratamento foi feito por imunoterapia, um tipo de quimioterapia de defesa, menos agressivo e realizado por meio de injeções subcutâneas. No caso de Costa, três vezes por semana. ;Na época, fiquei bem magro. Tenho 1,78 de altura e cheguei a pesar 58kg. Meu cabelo ficou bem fininho;, relembra.
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O tratamento foi cumprido à risca e, com muita fé, Costa conseguiu se curar. ;O tratamento é muito doloroso, mas seguiu tudo o que os médicos orientaram: fiz todos os exames, o que pediram para eu parar de comer e beber eu parei, me afastei da faculdade, do trabalho;, relata. Depois de todo esse processo, a vitória foi alcançada. ;Hoje, está tudo normal na minha vida, só tenho que tomar alguns cuidados com alimentação e fazer checagem uma vez ao ano;, comemora.
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[SAIBAMAIS]Segundo o Instituto Oncoguia, existem mais de 200 tipos de câncer. Os tratamentos são diversos, e a cura depende, principalmente, do diagnóstico precoce. Hoje, os métodos mais utilizado são as cirurgias, a quimioterapia e a radioterapia. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016, foram realizados 26,5 milhões de procedimentos de radioterapia, quimioterapia e cirurgias oncológicas, além dos exames preventivos de mamografias (para câncer de mama) e papanicolau (para câncer de colo de útero). Em 2017, entre janeiro e junho, foram registrados 8,15 milhões de procedimentos.
Segundo dados disponibilizados pelo coordenador-geral de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Fernando Maluf, os cânceres de próstata e de mama, nas fases um e dois, têm um percentual de cura de até 95%, sendo tratáveis, dependendo do caso, com cirurgia ou radioterapia. Os cânceres de pulmão e intestino são curáveis em até 90% dos casos, nas fases um e dois. Ambos são tratáveis com cirurgia, ou radioterapia, no de pulmão. Nenhum desses cânceres têm grandes expectativas de cura na fase quatro. Somente o de intestino apresenta uma taxa de 15% de recuperação. Os outros três não são tratáveis e podem se estabilizar durante anos ; a taxa de sobrevida de pacientes com câncer de próstata, de mama e de pulmão na fase quatro é de 10 anos, quatro anos e um ano e meio, respectivamente.
O médico coordenador do setor de Oncologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Marcos Santos, diz que os diagnosticados com a doença não devem se desesperar. ;Temos tratamentos efetivos e com resultados muito bons, temos aumentado nossa chance de curabilidade e de controle da doença. Muitas vezes, nós não conseguimos curar as doenças, mas conseguimos controlar;, afirma.
Maria de Fátima da Silva, 60 anos, descobriu, em 2014, que estava com câncer no colo do útero. O diagnóstico foi feito no início da doença e, com o laudo da biópsia, veio o desespero da família, que já tinha vivenciado um quadro de câncer em outro ente querido. Sem deixar se abater e mantendo a esperança, Fátima iniciou o tratamento na rede pública do DF. Ela fez cirurgia e sessões de radioterapia. ;Graças a Deus, consegui ter acesso rápido ao tratamento. Depois de um ano de tratamento intensivo e mais três de acompanhamento, recebi alta oncológica e fui considerada curada;, conta a aposentada.
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Atualmente, 299 serviços estão habilitados em oncologia no Sistema Único de Saúde. Há ainda o oferecimento de oito tipos de medicamentos contra câncer. Está em vigor também o Plano de Expansão da Radioterapia, que prevê a instalação de 100 aceleradores lineares no país. No último dia 20, o HUB recebeu o quarto acelerador. A meta do governo é entregar 27 equipamentos até 2018.
Vida saudável
De acordo com o IBGE, o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil ; sendo responsável por 15,6% dos óbitos ;, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. Isso se deve, principalmente, à maior exposição aos fatores de risco, como cigarro, alimentação inadequada e abuso do álcool. Para prevenir, é importante praticar atividades físicas e ter alimentação balanceada.
A regra mais importante de prevenção é não fumar. Ao acender um cigarro, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas, que são inaladas por fumantes e não fumantes. Segundo o médico Marcos Santos, o tabagismo é responsável por, aproximadamente, 30% dos tumores. Eles acometem principalmente os pulmões, a cavidade oral, a laringe, a faringe e o esôfago.
Alimentação saudável é fundamental para prevenir contra o câncer, devendo ser variada e equilibrada e evitar ao máximo produtos industrializados. Frutas, legumes, verduras, brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores. Manter o peso corporal adequado por meio da alimentação e da prática de exercícios físicos também é um importante fator. Cerca de um terço de todos os casos de câncer pode ser evitado com alimentação saudável, manutenção do peso corporal adequado e exercícios físicos, principalmente nas mulheres.
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Mais comuns
1. Mama feminino
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve nos seios. Ocorre quando as células adquirem características anormais. Células dos lobos mamários, células produtoras de leite ou dos dutos por onde é drenado o leite podem causar uma ou mais mutações no material genético da célula. Os sintomas incluem um nódulo na mama, secreção com sangue pelo mamilo e mudanças na forma ou na textura do mamilo ou da mama. O tratamento depende da fase da doença. Pode envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
2. Próstata
A próstata é um órgão que faz parte do aparelho reprodutor masculino e produz parte do líquido que forma o sêmen ou ;esperma;. O tumor no local é uma consequência da transformação das células dos ácinos, que passam a se proliferar de forma anormal e ganham a capacidade de invadir o órgão. Alguns tipos de câncer de próstata crescem lentamente. Nesses casos, o monitoramento é recomendado. Outros são agressivos e necessitam de radioterapia, cirurgia, terapia hormonal, quimioterapia ou outros tratamentos. Os sintomas incluem ardência urinária, jato fraco da urina e raias de sangue no esperma. Às vezes, porém, não há sintomas.
3. Pulmão
O câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de células malignas. Esse tumor pode pegar desde a traqueia até a periferia do pulmão. As causas incluem tabagismo, fumo passivo, exposição a determinadas toxinas e histórico familiar. Entre os sintomas, que aparecem apenas nas fases mais avançadas da doença, há tosse (muitas vezes com sangue), dor no peito, sibilo e perda de peso. Os tratamentos variam de cirurgia ao uso de drogas direcionadas.
4. Intestino
É um tumor que se desenvolve, na maioria dos casos, no intestino grosso. A doença se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Quando o pólipo é retirado, evita-se que ele se transforme em câncer. Não costumam apresentar sintomas, mas podem ser detectados por exames.
5. Colorretal
Os sintomas de câncer colorretal dependem do tamanho e da localização do câncer ; alguns incluem alterações nos hábitos intestinais e na consistência das fezes, sangue nas fezes e desconforto abdominal. O tratamento depende do tamanho, da localização e da propagação do tumor e inclui cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa.