Gabriela Sant'Anna - Especial para o Correio
postado em 27/09/2017 14:00
Uma nova manifestação de ódio racial volta a repercutir no Brasil. Na última segunda-feira (25/9), o advogado Marco Antônio André se deparou com cartazes colados na porta de sua casa e em postes na frente de sua residência, em Blumenau (SC). Os dizeres, impressos junto a imagens de membros grupo extremista norte-americano Ku Klux Klan, eram ameaçadores: "Negro, comunista, antifa e macumbeiro, estamos de olho em você".
[SAIBAMAIS]Marco Antônio tornou públicas as ameaças por meio de uma postagem no Facebook. ;Todos que me conhecem sabem o quanto luto para que diferenças sejam respeitadas;, afirmou. Ele é membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e praticante do candomblé.
"Continuarei na minha luta, por uma sociedade justa e igualitária. Continuarei firme na batalha junto ao NEAB, pois é através da EDUCAÇÃO que mudaremos muita coisa. Farei, agora mais do que nunca, parte da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil da OAB, pois inclusive em Blumenau, há muitas histórias que não foram contadas", continuou na postagem. O advogado recebeu centenas de mensagens de apoio e o post, até a publicação desta notícia, tinha mais de 5 mil compartilhamentos. O caso foi denunciado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Promotor barrado
Também em Santa Catarina, desta vez em Florianópolis, o promotor de Justiça do Estado do Piauí Francisco de Jesus Lima disse ter sido vítima de racismo dentro do MPSC, na terça-feira (26/9), durante o encontro do Grupo Nacional de Direitos Humanos. Ele registrou as imagens em vídeo e afirmou que seguranças impediram a entrada por dois dias seguidos.
O MPSC divulgou nota dizendo que repudia qualquer acusação sobre práticas discriminatórias e lamentou as manifestações do promotor: "O MPSC não reconhece qualquer prática discriminatória por abordagem seletiva. Com intuito de garantir a segurança e a proteção de Membros, Servidores e visitantes a Instituição realiza, periodicamente, solicitação de informações e pedidos de identificação;.
Francisco de Jesus ajuizou duas ações de responsabilização penal e civil contra os autores.