[SAIBAMAIS]À reportagem, o coronel Primo Lara de Almeida, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que o imóvel, antes, era usado como residência e sempre funcionou sem alvará. "A creche tem 200 metros quadrados e a necessidade do combate a incêndio era de projeto técnico simplificado", disse. "Não havia sinalização de emergência, extintores, nem monitoramento de brigada."
Por volta das 9 horas de quinta-feira, 5, o vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na unidade, atirou material inflamável contra as crianças e no próprio corpo, e ateou fogo, que se alastrou rapidamente. Em meio ao tumulto, as pessoas tentavam apagar o incêndio com baldes de água e resgatar as vítimas das chamas e da fumaça.
"Por causa da dinâmica de como as coisas aconteceram, independentemente de ter todo o aparato, o resultado seria o mesmo, porque a queima foi muito rápida", disse Almeida.
Segundo o coronel, a prefeitura de Janaúba solicitou aos Bombeiros, após a tragédia, que vistoriassem todos os prédios municipais. A prefeitura confirmou a informação.
"Para ele (o prefeito), estava tudo ok, porque já vinha de outras gestões", afirmou Almeida. "Infelizmente, no Brasil, só depois que acontece o fato é que vai correr atrás."
"Tenho a tranquilidade de dizer que não me pesa nenhuma culpabilidade pelo que aconteceu. Isso vem desde 2000 (ano de inauguração da creche)", afirmou o prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB).
"O cidadão de Janaúba percebe o esforço que estamos fazendo para recuperar a cidade e trabalhar", disse. "Muito embora haja o pesar de uma tragédia tão grande como essa, naturalmente isso vai servir de lição não só para Janaúba, mas para o Brasil inteiro."