Brasil

Estudante que disparou contra colegas era alvo de bullying em escola de GO

A tia de uma aluna da mesma sala do atirador disse ao Correio que o adolescente era excluído pelos outros alunos, que faziam ofensas sobre o cheiro dele

Hellen Leite, Gabriela Vinhal
postado em 20/10/2017 14:25
A tia de uma aluna da mesma sala do atirador disse ao Correio que o adolescente era excluído pelos outros alunos, que faziam ofensas sobre o cheiro dele
O estudante de 14 anos que matou dois adolescentes e deixou quatro feridos em uma escola particular de Goiânia, na tarde desta sexta-feira (20/10), era alvo de bullying no colégio. Quem confirmou as informações à reportagem do Correio foi tia de uma das colegas de classe do menor, a psicóloga Juliana Matos Gomes, 33 anos.
A sobrinha de Juliana detalhou que o suspeito sentava na última cadeira da sala, era excluído pelos outros jovens e sempre foi alvo de ofensas por causa de seu cheiro. Em uma ocasião, os estudantes chegaram a jogar desodorante no adolescente, como uma "brincadeira".

"Os colegas de sala implicavam com ele por causa do cheiro. (...) Minha sobrinha disse que [o atirador] chegou a mirar na cabeça de um dos meninos que cometia bullying contra ele, mas não sabe se chegou a acertá-lo. Graças a Deus ele não teve o controle de mirar certo", disse.

Segundo a sobrinha da psicóloga, o jovem teria assistido à aula e, no fim, fez os disparos. Ele teria utilizado a arma da mãe, que é militar. Três vítimas foram levadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e estão em estado grave. A quarta foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goiânia, estável.
O Correio procurou o colégio Goyases que, por sua vez, não quis se pronunciar sobre o caso por "não ter condições". As aulas na instituição foram suspensas por tempo indeterminado. O atirador foi apreendido pela Polícia Militar de Goiás, ainda no local.
Justamente nesta sexta-feira (20/10) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Bullying. A data é considerada um alerta internacional para o problema comum, que muitas vezes é negligenciado em esferas públicas. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três crianças do mundo, de 13 a 15 anos, é vítima de bullying em colégios.

Tiroteio em creche

Há pouco mais de duas semanas, no último 5 de outubro, outro crime bárbaro envolvendo crianças chocou o pais. O vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, colocou fogo na creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais. A tragédia resultou na morte de nove crianças, todas de 4 anos, e da professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, que tentou salvar os alunos no momento do ataque.
Outras 21 pessoas ficaram feridas na ação. No momento em que o vigia jogou álcool e ateou fogo nas vítimas, a creche recebia 75 crianças e 17 funcionários que antecipavam a comemoração do Dia das Crianças.


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