Brasil

Corpo de baleia encalhada atrai curiosidade de banhistas em praia do Rio

O animal chamou a atenção dos frequentadores da Praia do Arpoador, em Ipanema. O Corpo de Bombeiros não soube informar qual a espécie da baleia e nem há quanto tempo está morta

postado em 15/11/2017 11:00
O Corpo de Bombeiros foi acionado para remover o corpo do animal
Os frequentadores da Praia do Arpoador, em Ipanema, na zona sul do Rio, foram surpreendidos na manhã desta quarta-feira (15/11) com uma baleia morta, encalhada, perto da área de arrebentação da praia. O esquema para a retirada do corpo da baleia jubarte macho está sendo definido por equipes do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea), da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), com o apoio do Corpo de Bombeiros.

A ideia é transportar a baleia até a pista da Avenida Vieira Souto, com a utilização de retroescavadeiras, e lá fazer o içamento por meio de guindaste para o caminhão que levará ao Aterro Sanitário de Seropédica, na Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.

;Nós vamos precisar de duas retroescavadeiras para puxar esse animal na areia. Tem que prestar atenção que a baleia está em decomposição. Temos que fazer um envoltório dela para poder tirar sem que fique em pedaços. Isso vai ser bem difícil. Na pista o guindaste vai içá-la e levar até uma prancha no caminhão, que vai suportar o peso dela para seguir até o Aterro Sanitário;, explicou o diretor da Comlurb, Eduardo Vieira.

Segundo Marcus Lima, a melhor alternativa é a retirada pela areia. ;Porque não levá-la pelo mar? Isso por uma questão de segurança de navegação. A Capitania dos Portos recomendou dentro do protocolo criado que essa não seria a melhor solução, porque não tem segurança de como fazer a baleia afundar, então, o risco dela se tornar um problema para a navegação é muito grande. Essa opção foi descartada, pelo menos por enquanto e a opção é fazer por terra;, informou.
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Se a operação por terra começar e não puder ser concluída por causa da dificuldade de transferência do corpo da baleia em decomposição, poderá ser usado um plano B com o transporte por mar até o Porto do Rio e de lá seguir para o Aterro Sanitário. Essa é a opção preferida do biólogo do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua) da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Rafael Carvalho, que desde cedo está no local.

A Marinha do Brasil informou à Agência Brasil, que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro ;acionou os órgãos ambientais competentes e enviou sua equipe de Inspeção Naval, de lancha, ao local, a fim de garantir a segurança da navegação e colaborar nos esforços para a remoção do animal;.

A baleia jubarte foi encontrada pela manhã por frequentadores da praia, que avisaram aos bombeiros por volta das 8h. Segundo o biólogo, o animal, considerado adulto, tem 14 metros e pesa cerca de 20 toneladas, está em processo avançado de decomposição. ;Significa que o animal já morreu há algum tempo, pelo menos há mais de uma semana. Não dá para verificar muita coisa com relação a causa da morte com este estágio avançado de decomposição, mesmo assim a gente realizou coletas de pequenas amostras para levar ao laboratório e fazer análises com relação a concentração de contaminantes para ter um indício e um perfil de porque este animal tem no organismo dele;, informou.

Curiosos


A costureira Maria Henrique da Costa, de 75 anos, trabalha em Ipanema e viu da janela o animal na praia. Ficou curiosa e resolveu ir ao local para tirar foto. ;Eu acho que é a poluição. A poluição está matando os animais todos, fico com muita pena. Estão jogando muita coisa na areia e na água;, lamentou.

O funcionário público Charles Radiks, 46 anos, mora em Copacabana, bairro próximo. Viu pela televisão que a baleia tinha sido encontrada e resolveu ir para Ipanema. ;É uma pena que ela morreu. Queria que estivesse viva para gente tentar levar ela de volta para o mar. É meio triste", disse.

Migração


O biólogo Rafael Carvalho disse que agora é um período de migração desse tipo de animal, que vem das águas do sul do Atlântico Sul, onde é uma área de alimentação. As baleias vêm para a costa brasileira para reprodução. ;Parte dessa população migra para a nossa costa onde se concentra em área de reprodução, principalmente no norte do Espírito Santo e sul da Bahia, para depois em novembro iniciarem os movimentos de volta para as áreas de alimentação. Essa é a dinâmica para essa espécie;, explicou.

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