Jornal Correio Braziliense

Brasil

A cada 5 minutos, 3 brasileiros morrem em hospitais por falhas

302 mil brasileiros morreram em hospitais públicos ou privados como consequência de eventos adversos como erros de dosagem e infecção hospitalar



O que era para ser motivo de alívio a deixou cega do olho direito. Barbosa conta que procurou um hospital particular do Distrito Federal, onde o mesmo médico que a acompanhou na rede pública faria o procedimento. Após a cirurgia, veio o baque. ;Ele disse que era efeito da anestesia e que iria melhorar ao longo da semana, só que as dores pioraram e a visão do olho nunca mais voltou. Ele me falou que faria um determinado procedimento, mas na hora mudou e enfiou uma agulha no meu rosto até a base do crânio. Outros médicos disseram que meu diagnóstico estava errado e que nem precisaria ter me submetido à cirurgia;, afirmou. Ela até hoje sente dores e vive à base de remédios de alto custo.

O advogado especialista em direito da saúde Samuel Marçal de Souza Júnior explica que os pacientes devem procurar se orientar sobre seus direitos. Ele explica também que os eventos adversos não significam necessariamente um erro ou negligência, mas incidentes que poderiam ter sido evitados.

;São falhas que acontecem quando o enfermeiro deixa alguém cair, por exempo. Ou pelo mau manuseio de um equipamento que pode causar infecção na traqueostomia ou no entubamento. Isso acontece pela falta de controle e de um sistema adequado de vigilância, também pela falta de verba para ter o mínimo de higiene e pessoal habilitado;, explicou.