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Presídio em Aparecida de Goiânia tem terceira rebelião em cinco dias

Dessa vez, a rebelião aconteceu na ala do presídio que abriga os presos do regime fechado. No primeiro motim, nove detentos morreram, 14 ficaram feridos e 99 fugiram

Hellen Leite
postado em 05/01/2018 08:06
A primeira, na segunda-feira (1/1), causou a morte de nove presos e 14 ficaram feridos

Uma nova rebelião foi registrada nesta sexta-feira, (5/11), no Complexo de Aparecida de Goiânia (GO). Esse é o terceiro motim em cinco dias no presídio. Dessa vez, o levante dos presos ocorreu na unidade de regime fechado. As duas primeiras aconteceram na Colônia Agroindustrial, onde ficam os presos do regime semiaberto. Na primeira delas, nove pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas.

O motim começou por volta das 4h30 da manhã. Os detentos estavam armados e houve troca de tiros com os agentes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), a unidade do regime fechado abriga cerca de 2 mil detentos.

[SAIBAMAIS]Em nota, a pasta informou que a situação no local foi controlada depois que o Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com o apoio da Polícia Militar, invadiu o local. Segundo o órgão, por volta das 7h um "procedimento de revista" começou a ser feito. Não há, por enquanto, registros de mortos ou feridos.

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Histórico de rebeliões


A primeira rebelião deste ano ocorreu na tarde de 1; de janeiro, quando presos da Colônia Agroindustrial invadiram a ala que abrigava detentos de grupos rivais. Na movimentação, 99 presos fugiram, nove morreram e 14 ficaram feridos. O número de agentes penitenciários no momento do motim revela o tamanho da crise penitenciária em Goiás: apenas cinco servidores faziam a segurança de 768 detentos.

Quatro dias depois, mais um conflito foi registrado. Na noite de quinta-feira (4/1), os presos fizeram uma nova rebelião. Porém, a intervenção da polícia impediu que houvesse mortos e feridos. Um detento conseguiu fugir durante a confusão.

Antes da segunda rebelião, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), assinou um manifesto em que "exige a tomada de providências urgentes por parte do Governo Federal" para conter o agravamento da crise de segurança pública. Além de Perillo, outros seis governos assinaram o documento: do Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia e do Maranhão.

Gastos com presos

Em 2017, o estado de Goiás recebeu R$ 32 milhões em recursos do Fundo Penitenciário Nacional. A maior parte desse valor foi utilizada na construção da unidade prisional de Planaltina, ao custo de R$ 29.567.590,14. Os R$ 2.376.854 restantes estão sendo investidos em aparelhamento do sistema, como aquisição de algemas, escudos balísticos, máscaras de gás, capacetes balísticos.

A Superintendência de Administração Penitenciária (Seap) aguarda, ainda, recursos do Funpen da ordem de R$ 17 milhões que ainda não chegaram. Desse montante, R$ 11.240.802,18 serão utilizados para ampliação de estabelecimento penal para regime fechado, com no mínimo 150 vagas, em Anápolis, e os R$ 6.491,966,68 restantes serão gastos em custeio, como manutenção de armas, munições, coletes.

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